ATA DA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 24-02-2005.
Aos vinte e quatro dias do mês de fevereiro de dois
mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Comassetto, Elói Guimarães, Haroldo
de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Manuela,
Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro,
Raul Carrion e Sebastião Melo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir
Oliboni, Alceu Brasinha, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, DJ Cassiá Gomes,
Elias Vidal, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria
Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Paulo Odone, Professor Garcia e
Valdir Caetano. Constatada
a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À
MESA foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Todeschini, o Projeto de
Resolução nº 062/05 (Processo nº 1064/05); pelo Vereador Haroldo de Souza, os
Pedidos de Providências nos 198, 199, 200, 201, 202, 203, 204 e
205/05 (Processos nos 1167, 1168, 1169, 1170, 1171, 1172, 1173 e
1174/05, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, juntamente com os
Vereadores João Carlos Nedel e Mônica Leal, os Pedidos de Providências nos
178, 180 e 206/05 (Processos nos 1070, 1073 e 1175/05, respectivamente);
pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 211,
212, 213, 214, 215, 216, 217, 218, 219, 220, 221, 222 e 223/05 (Processos nos
1191, 1192, 1194, 1195, 1196, 1197, 1198, 1199, 1200, 1201, 1202, 1203 e
1204/05, respectivamente) e os Pedidos de Informações nos 049 e
050/05 (Processos nos 1222 e 1223/05, respectivamente); pelo
Vereador José Ismael Heinen, os Pedidos de Providências nos 193,
194, 208, 227, 228 e 229/05 (Processos nos 1133, 1135, 1179, 1216,
1217 e 1218/05, respectivamente); pelo Vereador Mario Fraga, os Pedidos de
Providências nos 224, 225 e 226/05 (Processos nos 1209,
1210 e 1211/05, respectivamente) e o Pedido de Informações no 047/05
(Processo nº 1212/05); pela Vereadora Neuza Canabarro, o Pedido de Providências
nº 207/05 (Processo nº 1177/05); pelo Vereador Professor Garcia, o Pedido de
Informações nº 045/05 (Processo nº 1144/05); pelo Vereador Sebastião Melo, o
Pedido de Providências nº 231/05 (Processo nº 1220/05) e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 043/05 (Processo nº 0976/05). Ainda, foi apregoado Requerimento
de autoria do Vereador Brasinha, solicitando a alteração de seu Nome Parlamentar
para Alceu Brasinha, a contar do dia vinte e três de fevereiro do corrente.
Também, foi apregoado o Requerimento nº 058/05 (Processo nº 1242/05 – Requer
manutenção do Nome Parlamentar de DJ Cassiá Gomes), de autoria do Vereador DJ
Cassiá Gomes. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios s/nos, do Vereador
João Antonio Dib, Presidente da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento e do
MERCOSUL; do Vereador Reovaldo Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Aceguá
– RS; do Vereador Vilnei Luiz Giacomini, Presidente da Câmara Municipal de Frederico
Westphalen – RS; do Vereador Gláucio Dressler Boelter, Presidente da Câmara
Municipal de Silveira Martins – RS; do Vereador Ruben Dario Salazar Arias,
Presidente da Câmara Municipal de Bagé – RS; do Vereador Elemar Rui Dickel,
Presidente da Câmara Municipal de Paverama –RS; do Vereador Marcílio Guilherme
Ávila, Presidente da Câmara Municipal de Florianópolis – SC; do Vereador Paulo
Floriano Scheeren, Presidente da Câmara Municipal de Estrela – RS; de nos
10039201, 10039233, 10039239, 10039240 e 10039256/05, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Alexandre dos Santos Cidade, representando a
Associação dos Distribuidores de Água Mineral do Rio Grande do Sul – ADAM/RS,
que alertou para os problemas de saúde resultantes do consumo de água sem
condições adequadas de embalagem, armazenamento, transporte e conservação,
salientado a necessidade de maior controle e fiscalização dos órgãos públicos
com relação ao assunto. Nesse sentido, declarou seu apoio ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 045/05, de autoria do Vereador Adeli Sell, que dispõe sobre a
comercialização, armazenamento e transporte de água no Município de Porto
Alegre. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Mario
Fraga, Manuela, Bernardino Vendruscolo, Adeli Sell, Luiz Braz e João Carlos
Nedel, manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular.
Também, o Senhor Presidente registrou a presença dos Senhores Eben Phillips e
Ismail Davids, representando, respectivamente, a Theewaterskloof Municipality e
a Foundation for Contemporary Reseach, da África do Sul. Após, a Vereadora
Manuela formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando o registro, nos Anais da presente Sessão, do transcurso, hoje, dos
setenta e um anos da instauração, no Brasil, do voto feminino e do voto aos
dezoito anos. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Carlos Todeschini apresentou
dados sobre a segurança pública em Porto Alegre, lembrando a criação, em dois
mil e três, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana. Ainda,
comentou incêndio ocorrido no dia vinte e um de fevereiro do corrente na Ilha
Grande dos Marinheiros e denunciou perseguições políticas a servidores da
Administração Municipal, citando a saída do médico Augusto Cezar Capelletti
Pereira do Centro de Saúde Bom Jesus. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Mônica Leal
abordou a importância da água para a sobrevivência da espécie humana, frisando
que a demanda por esse produto é duplicada em nosso planeta a cada vinte anos.
Sobre o assunto, registrou ter desarquivado o Projeto de Lei do Legislativo nº
072/04, de autoria do Vereador Beto Moesch, hoje Secretário Municipal do Meio
Ambiente, que institui o Programa de Conservação, Uso Racional e
Reaproveitamento das Águas nas edificações do Município. Na oportunidade, por
solicitação do Vereador Comassetto, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem
póstuma ao ambientalista Dionísio Júlio Ribeiro Filho, assassinado no dia vinte
e dois de fevereiro do corrente, em Nova Iguaçu – RJ. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Haroldo de Souza comentou a política estadual de segurança pública e
contestou o trabalho, na área da infância, realizado pelo Partido dos Trabalhadores,
quando à frente do Governo Municipal. Ainda, questionou o tempo utilizado por
esta Casa para análise de Moções, avaliou a reportagem “Carroças são usadas por
arrombadores na Capital”, do jornal Zero Hora, e replicou críticas do Vereador
Mauro Zacher, quando da votação do Projeto que criou a Secretaria da Juventude.
O Vereador João Carlos Nedel, abordou a Campanha da Fraternidade deste ano,
cujo tema é Solidariedade e Paz, analisando a forma como a sociedade atual
trata de questões relacionadas ao aborto, drogadição, jogatina,
homossexualismo, prostituição, política, ética e moral. Finalizando, salientou
a importância do incentivo à geração de empregos, citando matéria do jornal
Zero Hora do dia e vinte de fevereiro do corrente, intitulada “Fábrica da Bahia
é a principal base de crescimento da Ford”. O Vereador Aldacir Oliboni
registrou a presença de representantes do Bairro Bom Jesus, que solicitam a
permanência do médico Augusto Cezar Capelletti Pereira no Centro de Saúde
daquela comunidade. Ainda, relatou visita feita ontem ao “Posto de Atendimento
Médico 4”, do Bairro IAPI, afirmando que os problemas desse Posto são
anteriores à gestão do Partido dos Trabalhadores em Porto Alegre e contestando
reportagem sobre o assunto, publicada no jornal Zero Hora do dia vinte e três
de fevereiro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo
reportou-se ao pronunciamento de hoje do Vereador Aldacir Oliboni, acerca do
“Posto de Atendimento Médico 4”, apresentando dados relativos à diminuição no
número de consultas efetuadas nos últimos anos nessa unidade de saúde e
atentando para a carência de recursos humanos e materiais ali observada. Igualmente,
propugnou pelo resgate do pleno uso desse espaço e garantia de um serviço
adequado à população. O Vereador Raul Carrion registrou abaixo-assinado recebido
da comunidade do Bairro Bom Jesus, solicitando a manutenção do médico Augusto
Cezar Capelletti Pereira no daquele Bairro. Também, leu trechos de nota
distribuída pela Corrente Sindical Classista, formada por dirigentes da Central
Única de Trabalhadores, em que é manifestada oposição à proposta de reforma
sindical a ser encaminhada pela Presidência da República para deliberação no
Congresso Nacional. Na ocasião, os Vereadores Claudio Sebenelo e Sebastião Melo
manifestaram-se a respeito da possibilidade de intermediação da Comissão de
Saúde e Meio Ambiente desta Casa para a solução de problemas gerados pela
transferência do médico Augusto Cezar Capelletti Pereira do Centro de Saúde Bom
Jesus. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Márcio Bins Ely saudou o jornalista Antonio
Carlos Macedo pelo apoio dado ao Lar Santo Antonio dos Excepcionais, por
intermédio do programa radiofônico “Gaúcha Hoje”, e discorreu sobre o trabalho
realizado por essa entidade beneficente no auxílio aos necessitados.
Finalizando, reportou-se à vitória do Partido Socialista de Portugal nas
eleições legislativas realizadas naquele país no dia vinte de fevereiro do
corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D'Avila referiu-se ao
pronunciamento do Vereador Haroldo de Souza, sobre a criação e ocupação do
comando da Secretaria Municipal da Juventude. Também, analisou o pronunciamento
do Vereador Raul Carrion, sobre a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT,
criticando a atitude do Partido dos Trabalhadores em relação à realização de
mudanças em leis sindicalistas e na própria CLT. A Vereadora Maristela Maffei
apoiou o movimento de representantes do Bairro Bom Jesus, reivindicando
profissionais da área da saúde para essa comunidade. Ainda, mencionou sua
posição favorável às lutas do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre e
congratulou a iniciativa da Vereadora Maria Celeste pela Moção de Repúdio à
proposta de aumento do salário dos Deputados Federais. Finalizando, debateu o
discurso do Vereador Haroldo de Souza, em relação à área da segurança pública.
A Vereadora Clênia Maranhão, referiu-se à posição contrária da Bancada do PPS
desta Casa, divulgada por meio de nota pública, ao aumento de salário dos Deputados
Federais. Também, avaliou o discurso do Vereador Carlos Todeschini, alegando
que não houve omissão no atendimento ao incêndio ocorrido na Ilha dos Marinheiros,
no dia vinte e um de fevereiro do corrente, e comentou a saída do médico Augusto
Cezar Capelletti Pereira, do Centro de Saúde Bom Jesus. Em continuidade, os
Vereadores Ibsen Pinheiro e Maristela Maffei manifestaram-se sobre as disposições
regimentais que tratam da preservação da ordem nas galerias do Plenário.
Também, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Ervino Besson, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre o teor do Requerimento nº
055/05, tendo o Vereador Raul Carrion manifestado-se a respeito. Na ocasião, a
Vereadora Manuela formulou Requerimento verbal, solicitando a realização de
reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente com a comunidade do Bairro Bom
Jesus, em conjunto com o Executivo Municipal, a fim de que seja estudada uma
solução para os problemas relativos ao Centro de Saúde daquele Bairro, tendo o
Vereador DJ Cassiá Gomes manifestado-se e o Senhor Presidente prestado esclarecimentos
sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib analisou
o artigo 229 do Regimento, que versa a respeito das Comunicações de Líder,
justificando que esse período deveria ser melhor utilizado pelas Bancadas da
Casa. Ainda, questionou a eficácia da implantação de Comissão Parlamentar de
Inquérito na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul para
investigar a sonegação de impostos, justificando que, nesse caso, uma Comissão
Especial seria mais eficaz. O Vereador Sebastião Melo externou sua posição
sobre a transferência do médico Augusto Cezar Capelletti Pereira do Centro de
Saúde Bom Jesus, defendendo a intermediação desta Casa para encontrar uma
solução a esse problema. Também, discorreu acerca do aumento das tarifas de
ônibus na Cidade, comentando criticamente a política adotada pelo Partido dos
Trabalhadores, quando à frente do Governo Municipal, relativamente à definição
dos reajustes do transporte coletivo. Na oportunidade, por solicitação do
Vereador Raul Carrion, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma
ao Senhor João Eduardo da Silva, ex-Conselheiro da Escola de Samba Imperatriz
Dona Leopoldina, falecido no dia de hoje. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
157/03, 098/03, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Raul
Carrion, 108/03, discutido pelos Vereadores Raul Carrion e Adeli Sell, 159/03,
discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e Adeli Sell, 072/04, discutido
pelo Vereador Raul Carrion, 085/04, discutido pelo Vereador Bernardino
Vendruscolo, 091/04, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, 195/04,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 070, 092, 114, 128, 130, 160, 176,
177, 179, 182, 197, 199, 229, , 235, 241 e 230/04, este discutido pelos
Vereadores João Carlos Nedel, Adeli Sell e Bernardino Vendruscolo, os Projetos
de Lei Complementar do Legislativo nos 007/04, discutido pelo
Vereador Bernardino Vendruscolo, 015 e 011/04, este discutido pelo Vereador
Bernardino Vendruscolo, e o Projeto de Resolução nº 096/04, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Raul Carrion. Durante a Discussão
Preliminar de Pauta, o Vereador Ervino Besson manifestou-se acerca da necessidade
de doadores de sangue para o Senhor Dorval Barbosa, funcionário público
municipal aposentado, internado na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de
Porto Alegre. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA e o Vereador Mario Fraga formulou Requerimento verbal, solicitando alteração
na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em prosseguimento,
o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando que seja
observado o prazo regimental de quarenta e oito horas para a distribuição da
matéria da Ordem do Dia, tendo o Senhor Presidente informado que tal medida será
adotada a partir da próxima Sessão. Em continuidade, foram apregoados
Requerimentos de autoria da Vereadora Maria Celeste, solicitando que o Projeto
de Emenda à Lei Orgânica nº 002/05 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 053/05
(Processos nos 1243 e 1246/05, respectivamente) sejam considerados
em regime de urgência e submetidos à reunião conjunta de Comissões Permanentes.
Foi aprovado o Requerimento nº 041/05 (Processo nº 1065/05 – Moção de
Solidariedade à Ministra Marina da Silva, pelo reconhecimento da sua luta pela
implantação mundial do Protocolo de Kyoto, pela sua defesa assídua da
assinatura desse documento e pela defesa que faz de um modelo sustentável da
Floresta Amazônica e das cidades), de autoria do Vereador Comassetto. Foi
aprovado o Requerimento nº 056/05 (Processo nº 1237/05 – Moção de Repúdio pelo
uso imoral e ilegal de recursos públicos por parte de Ministros e Secretários
do Governo Federal), de autoria da Vereadora Neuza Canabarro e outros, por
dezesseis votos SIM, oito votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Carlos Todeschini, Neuza Canabarro, Bernardino
Vendruscolo, João Antonio Dib, Mario Fraga, Luiz Braz, Manuela e Paulo Odone,
em votação nominal solicitada pelo Vereador Mario Fraga, tendo votado Sim os
Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, DJ Cassiá Gomes, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, José
Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti,
Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Paulo Odone, Não os Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Comassetto, Manuela, Maria Celeste,
Maristela Maffei e Raul Carrion e optado pela Abstenção os Vereadores Ibsen
Pinheiro, com Declaração de Voto, e João Antonio Dib. Foi aprovado o
Requerimento nº 061/05 (Processo nº 1280/05 – Autorização para representar
externamente esta Casa na cerimônia de posse do Presidente eleito do Uruguai,
Tabaré Vázquez, nos dias primeiro e dois de março do corrente, em Montevidéu –
Uruguai, com percepção de diária e passagens aéreas). Foi aprovado, após ser
encaminhado à votação pelo Vereador João Antonio Dib, Requerimento de autoria
dos Vereadores Nereu D'Avila, Maristela Maffei e Maristela Meneghetti,
solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 017/04
(Processo nº 5767/04) seja considerado em regime de urgência e submetido à
reunião conjunta de Comissões Permanentes. Na ocasião, o Vereador João Antonio
Dib manifestou-se acerca dos prazos para distribuição e votação dos
Requerimentos de urgência, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre
o assunto. Foi votado o Requerimento nº 055/05 (Processo nº 1224/05), o qual
obteve onze votos SIM e duas ABSTENÇÕES, em verificação de votação solicitada
pelo Vereador João Antonio Dib, após ter sido aprovado em sua votação simbólica
e após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Raul Carrion, Luiz Braz e Comassetto,
votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de
quórum deliberativo. Durante a apreciação do Requerimento nº 055/05, em face de
Questão de Ordem do Vereador João Antonio Dib e manifestação do Vereador Raul
Carrion, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor do referido
Requerimento. Às dezessete horas e cinqüenta e um minutos, constatada a inexistência
de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói
Guimarães e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Nereu D'Avila. Do que
eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Antes de ingressarmos no período
destinado à Tribuna Popular, eu quero apregoar um Requerimento. Trata-se de
recurso de autoria do Ver. DJ Cassiá Gomes à decisão desta Presidência, o qual
vou encaminhar à Comissão de Constituição e Justiça. (Lê.) “O Vereador que
subscreve requer a V. Exª, de acordo com o art. 99 do Regimento Interno da
Câmara Municipal de Porto Alegre, que, após os trâmites regimentais, seja
reformada a decisão da Procuradoria desta Casa, mantendo-se, assim, seu nome
parlamentar de DJ Cassiá Gomes, levando à apreciação do Plenário desta Casa”.
Então, estou enviando à Comissão de Constituição e Justiça.
Passamos à
O Sr. Alexandre dos Santos Cidade, representando a
Associação dos Distribuidores de Água Mineral do Rio Grande do Sul - ADAM/RS -,
está com a palavra para tratar de assunto relativo ao comércio e transporte
ilegal de água mineral em garrafões de vinte litros, pelo tempo regimental de
dez minutos.
O SR. ALEXANDRE DOS
SANTOS CIDADE: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores e senhoras, mais uma vez ocupo a Tribuna
Popular em nome da ADAM para tratar do grave problema do transporte e comércio
de água mineral em garrafões de vinte litros.
A água é um alimento,
tem prazo de validade, portanto merece todos os cuidados que um alimento
recebe. Ela não pode ficar exposta ao sol e à luz direta, não pode ficar em
contato com o solo, deve ficar em estrados. A água não pode ser armazenada em
local insalubre; jamais se admite a guarda e o transporte junto com produtos
químicos ou tóxicos, logo, não se pode vender água em postos de gasolina,
revenda de gás, veterinárias, pet shops, ferragens, borracharias, por
exemplo. Infelizmente, não é isso que acontece em Porto Alegre; pelo contrário,
estamos observando a venda desenfreada de água mineral em qualquer local, nos
mais indevidos e imagináveis. Além disso tudo, o manuseio é feito de forma
errada, sem os devidos cuidados de higiene. Temos, inclusive, denúncias de utilização
de recipientes inadequados.
Há farta legislação
federal e estadual que dão conta dessa situação. No Município, durante os anos
de 2003 e 2004, tivemos algumas ações importantes realizadas pela SMIC e pela
Secretaria de Saúde - Vigilância Sanitária - com o apoio da Associação. Mas,
lastimavelmente, essas práticas foram abandonadas, e equivocadamente a
Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde tem fornecido alvará de saúde para
a venda de água mineral em locais proibidos. É claro que, se o local for
isolado, distinto, tudo bem, mas não se trata disso. Constatamos que
distribuidoras de gás estão comercializando água mineral e transportando o
alimento água mineral no mesmo transporte de produto químico - gás de cozinha.
Verificamos também, em postos de gasolina, os garrafões de água no chão, no
meio de poeira e gases, até em postos de lavagens.
Nós gostaríamos de
ter o apoio de todos os senhores e senhoras para aprovar o quanto antes o
Projeto de Lei do Ver. Adeli Sell que disciplina o armazenamento, a
distribuição e a venda de água mineral em Porto Alegre. Outras cidades do País
já têm leis específicas que têm contribuído muito para a melhoria dessa grave
situação. O Município de São Paulo vivia uma situação pior do que a nossa, e
hoje mudou, e muito, depois que os Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras aprovaram
uma lei local. Nós também estamos aqui para pedir o apoio junto à SMIC e à
Secretaria de Saúde, para que retomem imediatamente a fiscalização de venda de
água mineral em nossa Cidade.
Nós, da Associação
dos Distribuidores de Água Mineral, estamos fazendo a nossa parte, estamos
denunciando os maus comerciantes para a Prefeitura, mas a Prefeitura não está
fazendo o que é preciso fazer: fiscalizar com rigor. Nós conhecemos os fiscais
da Prefeitura, e sabemos de suas competências para agir. Pelo apoio e
compreensão dos senhores e das senhoras, agradecemos. Esperamos a ação que
compete a V. Exas. como legisladores, e, do Executivo, esperamos mais ação.
Muito obrigado a todos, e tenham uma boa tarde, se Deus quiser. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Convidamos o Sr. Alexandre dos
Santos Cidade a fazer parte da Mesa. De imediato, abriremos espaço para que as
Bancadas se manifestem.
Antes, porém, eu
gostaria de anunciar a presença na Casa do Sr. Eben Phillips e do Sr. Ismail
Davids, da África do Sul, do Estado de Cape Town. Solicitaria uma salva de
palmas. (Palmas.)
O Ver. Mario Fraga está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; nosso convidado, Sr. Alexandre, em
meu nome e em nome da Bancada do PDT, queremos parabenizá-lo pelas palavras e
queremos dizer que o PDT também tem essa preocupação que V. Sª está tendo neste
momento como Presidente da Associação. E, em especial, este Vereador tem
conhecimento de causa de como está sendo vendida a água mineral em Porto
Alegre. Então, nós, do PDT, estamos dispostos a apoiar qualquer Projeto que
apareça na Casa nesse sentido. Se não aparecer, Sr. Alexandre, eu,
pessoalmente, tenho interesse de fazer algum Projeto no sentido de proibir as
vendas em determinados locais. Conte com o PDT, conte com a nossa Bancada.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Manuela está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MANUELA: Sr. Presidente; Sr. Alexandre dos Santos Cidade, representando a
Associação dos Distribuidores de Água Mineral do nosso Estado, nós, da Bancada
do Partido Comunista do Brasil, temos certeza da necessidade de que sejam
tomadas providências para fiscalizar essa grande necessidade da nossa
população, que é a água mineral. Temos conhecimento de que, em função da
qualidade da água no Município de Porto Alegre, esse consumo cresceu
enormemente no último período. Por isso, somos solidários e reivindicamos
também que a fiscalização por parte da SMIC seja redobrada quanto à
distribuição de todos os produtos, sobretudo de bens de tanta necessidade da
nossa população, como é o caso da água. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO: A Bancada do PMDB se soma, Alexandre, à sua
batalha. Nós também entendemos que a distribuição de água mineral está
desorganizada aqui na cidade de Porto Alegre; nós temos visto, inclusive,
motoqueiros entregando água mineral. Eu, que venho de Iraí, onde nós temos a
melhor água mineral do Brasil e a segunda do mundo, sei o quanto é importante
preservar a condução e o transporte desse bem, que faz parte da natureza e da
nossa vida.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, caros colegas Vereadores, senhores e senhoras, em nome
da minha Bancada, por deferência da nossa Líder, Maristela Maffei, tenho a
honra de recepcionar o Alexandre Cidade, Presidente da Associação dos
Distribuidores de Água Mineral do Rio Grande do Sul, que faz uma batalha muito
grande. Lembro, quando eu era Secretário, que fizemos algumas ações conjuntas -
inclusive a Associação nos ajudou, motivou-nos - com a nossa Secretaria
Municipal da Saúde e com a Vigilância Sanitária. Estamos aqui para sustentar
essa conscientização da venda da água mineral em nossa Cidade.
O Ver. Bernardino
lembrou muito bem a importância da distribuição, falou sobre a distribuição
inadequada. Hoje, pela manhã, na Vila Cruzeiro, verifiquei na D. Malvina
centenas, e não eram dezenas, centenas de bombonas de vinte litros que estavam
expostas ao sol - com a temperatura de hoje - e rentes ao chão. E o Alexandre
Cidade colocou muito bem a preocupação com o armazenamento. Nós estamos bebendo
água mineral, muitas vezes, contaminada com gases, com produtos tóxicos e temos
de fazer uma ampla campanha de mobilização na Cidade.
Quero dizer ao meu
colega Mario Fraga que eu já protocolei um Projeto e gostaria - vou passar-lhe
uma cópia para que possa refletir sobre o assunto - que V. Exª colaborasse para
que possamos, imediatamente, aprovar esse Projeto de Lei aqui em Porto Alegre.
Então, a nossa
saudação, Alexandre, bom trabalho, continuem assim. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sr. Alexandre, da Associação dos
Distribuidores de Água Mineral do Rio Grande do Sul, eu acredito que não deve
ter havido muita modificação ainda do Governo passado para este Governo. V. Sª
colocou que, a partir de agora, as coisas estão sendo diferentes - falta
fiscalização. Eu não estou vendo, realmente, muita diferença na fiscalização de
um Governo e de outro. A comercialização de água mineral exposta ao sol eu via
no Governo passado, quando o Ver. Adeli ainda era Secretário da SMIC, e vejo
neste Governo agora.
Acho que nós, da
Câmara Municipal, juntamente com os senhores da Associação, temos de, é claro,
tomar todos os cuidados possíveis para que essa água seja comercializada da
melhor forma possível para proteger a saúde da população. Só não podemos
politizar o tema, porque se trata de tema de saúde - Saúde Pública -, acho
muito perigoso se começarmos a politizá-lo. Nós temos de lutar, todos nós
juntos, para que essa comercialização possa se dar da maneira mais eficaz, para
que a saúde do porto-alegrense possa ser realmente defendida, mas eu
cumprimento V. Sª pelo trabalho que faz, e queremos que todos nós possamos nos
incorporar a ele.
Com relação ao
Projeto, creio que nós temos de fazer algumas pesquisas; vamos requerer algumas
informações por parte dos órgãos da SMIC a fim de que possamos entrar nesse
debate duma forma mais técnica. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está
com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Eu gostaria de dar as boas-vindas ao Sr. Alexandre
dos Santos Cidade, Presidente da Associação dos Distribuidores de Água Mineral
do Estado do Rio Grande do Sul, em nome da Bancada do Partido Progressista,
composta por este Vereador, o Ver. João Antonio Dib e a Verª Mônica Leal.
O assunto é realmente
sério, porque água é vida, água é saúde, e, se não for bem cuidada, ela pode se
transformar em algo diferente. Eu trabalhei quatro anos no Grupo Vontobel, que
produzia e comercializava as águas Minuano e Charrua. Lá pude realmente
constatar a importância dos cuidados, desde a extração até a distribuição e o
armazenamento. A água é boa, sim, mas ela contamina, conforme esses detalhes do
armazenamento e da distribuição.
Então, como membro da
Comissão de Saúde, eu e a Verª Mônica Leal vamos pedir que V. Sa. remeta uma
cópia desse relatório para a Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa, para
verificarmos o assunto e tomarmos as providências. Quanto ao Projeto do Ver.
Adeli Sell, seria bom que os Vereadores tomassem conhecimento, porque ainda não
entrou em Pauta; então, vamos analisá-lo com muito cuidado.
Eu queria cumprimentá-lo
pela sua preocupação, porque os fatos que V. Sa. transmitiu aqui realmente
merecem a atenção da Comissão de Saúde desta Casa e das autoridades
competentes, que, tenho certeza, irão concordar com V. Sa. e vão tomar as
providências de fiscalização que lhe são inerentes. Parabéns, muito obrigado, e
continue colaborando com esta Casa.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Não há mais Bancadas inscritas.
Queremos saudar o Sr.
Alexandre dos Santos Cidade, da Associação dos Distribuidores de Água Mineral
do Rio Grande do Sul, cumprimento-o por sua fala, pelas preocupações trazidas a
esta Casa. As Bancadas, como viu V. Sª, manifestaram-se preocupadas, e o
assunto haverá de ter o tratamento e o desdobramento que se impõe, mormente no
momento em que vivemos, atravessando uma forte seca, o que significa dizer, num
período de verão com alto consumo de água. Então é necessário que cuidados
sejam adotados, porque água é alimento, é saúde, sendo do interesse maior da
nossa população. Portanto receba V. Sª a nossa saudação.
Passamos ao
A SRA. MANUELA
(Requerimento): Eu gostaria que constasse nos
Anais da Câmara que hoje completam 71 anos do direito ao voto feminino e do
voto aos 18 anos em nosso País, instaurados quando do Governo de Getúlio
Vargas.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Oportuno registro que faz a Verª
Manuela. Fica consignado, portanto, o referido registro.
O Ver. Alceu Brasinha
está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, o nosso boa-tarde, a nossa saudação aos que nos assistem pela
TVCâmara de Porto Alegre, demais cidades. Um dos assuntos que me traz novamente
a esta tribuna é a Segurança Pública, tema já bastante repetido, mas nunca é
demais fazer todo o debate necessário, porque esse tema ainda se configura como
uma necessidade, um interesse e detém as atenções principais da sociedade.
As questões da
Segurança Pública e da violência urbana são muito mais sérias e amplas que
disputas mesquinhas sobre qual Governo tem a melhor política. É necessária uma
reflexão séria e comprometida com a mudança da caótica realidade em que nos
encontramos. Nesse sentido, o Partido dos Trabalhadores criou no Município a
Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana, que hoje tem
sólidas ações em nível federal através da Senasp. As questões da violência
urbana e da Segurança Pública são globais e devem ser entendidas como um
componente estrutural da sociabilidade urbana. A desconstrução cotidiana do
tecido social, através da miséria, do desemprego, da fome, do narcotráfico, do
contrabando, corrói as relações sociais, provocando insegurança, incertezas e
falta de garantia das liberdades individuais. Esse, portanto, se não é o mais
grave, é um dos problemas mais graves a ser enfrentado por toda a sociedade,
por todas as autoridades e por todas as esferas do Poder Público.
Para ilustrar a
gravidade da situação em que nos encontramos, vejamos alguns dos dados mais
gritantes, que reclamam por atenção, que reclamam por providências das nossas
autoridades de todas as esferas do Poder. (Lê.) “Atualmente 50% das viaturas da
Brigada Militar em Porto Alegre não estão funcionando, pois se encontram em
processo de conserto, sem tempo determinado para seu retorno aos quartéis.”
Como faremos a segurança, o atendimento às comunidades, se 50% das viaturas
estão fora de circulação?
“Nas visitas às
comunidades e instituições, percebemos uma situação deveras preocupante.
Verificamos que na região do 1º BPM, responsável pela Zona Sul - envolve
Glória, Cruzeiro, Vila Nova e Menino Deus -, que atende em torno de
quatrocentos mil habitantes da Cidade, há em torno de trezentos e cinqüenta
policiais militares em atividade, sendo que, pelo índice de necessidade da ONU,
seria necessário um efetivo de mais de oitocentos policiais. Logo, temos 45% do
efetivo necessário, ou melhor, um déficit de 55%. E mais de 50% dos coletes de
proteção estão vencidos. Já na região do 11º BPM, responsável pela Zona Norte
da Cidade - envolve Humaitá, Navegantes, Jardim Sabará, São João e outros -,
que atende aproximadamente trezentos mil habitantes, há em torno de 360
policiais em atividade, 50% a menos do necessário, e conta com vinte viaturas
para uma necessidade de quarenta - também 50% do necessário -, das quais mais
da metade encontra-se aguardando conserto.” Vejam só a gravidade da situação.
“Há uma defasagem no
Município de 30% no efetivo da Brigada Militar. Faltam coletes para os
policiais, e, dos existentes, 50% estão vencidos na sua validade.”
Vejam que
esses números falam por si. Como já falamos em outras ocasiões, são necessárias
e urgentes providências do Governo Estadual, pois já se passaram mais de dois
anos e em nada, em absolutamente nada, a situação mudou para melhor. Ao
contrário, ela tende a uma piora significativa a cada dia que passa. A
população não pode ficar refém disso, uma vez que recursos importantes da
esfera federal já foram passados para ajudar a equacionar o problema da falta
de segurança, para coibir a violência que todas as pessoas sofrem.
Um outro assunto que
quero trazer à tribuna é que estive hoje, pela manhã, na Ilha Grande dos
Marinheiros fazendo uma visita. A comunidade de lá nos chamou, porque houve um
grande incêndio na vegetação, nos banhados, naquela área de preservação.
Constatamos, infelizmente, um retardo, para não dizer uma omissão, de parte do
Poder Público. Nós queremos dizer que os bombeiros fizeram um trabalho
incansável, mas que a Prefeitura demorou 23 horas para chegar lá. E, com a
graça de Deus, se o vento não tivesse mudado de direção, poderíamos ter tido
metade daquelas casas da Ilha Grande dos Marinheiros incendiada, pois a maior
parte delas, além de serem de madeira, material muito combustível, servem de
depósito de plástico e de papel, o que aumenta, em muito, o risco de incêndio.
Felizmente, no momento crucial, o vento mudou de direção, passou a ser vento
leste, arrastando as chamas em direção ao Rio Jacuí, evitando uma tragédia,
evitando que uma desgraça acontecesse, como aconteceu na Vila dos Papeleiros,
como aconteceu, no sábado, na foz do arroio Cavalhada.
Denunciamos
insensibilidade e falta de preparo dos governantes do Poder Público Municipal.
Os caminhões do DMAE que lá estavam trabalhando, os caminhões-pipa,
permaneceram lá o tempo todo, no entanto isso é rotina. Porém a Prefeitura foi
chamada desde a primeira hora de segunda-feira, quando o incêndio iniciou, e só
se fez presente às 16h do dia seguinte - nem Centro Administrativo, nem Defesa
Civil, nenhuma das Secretarias, o que me surpreende muito, porque havia um
plano técnico elaborado pelos Governos do qual fiz parte para que o atendimento
a toda catástrofe desse tipo tivesse prioridade, tivesse uma ação de Defesa
Civil. E o que mais me surpreende é que, quando o Poder Público foi chamado,
foi dito à comunidade que estavam em reunião e que não podiam atendê-los,
demonstrando, de um lado, total falta de sensibilidade e, de outro, claramente,
a falta de preparo que o Governo tem para atender situações como essas -
situações de alto risco, situações que põem em jogo vida, patrimônio, enfim,
aquilo que as pessoas têm de mais nobre. Só 23 horas depois, a Prefeitura de
Porto Alegre, o Governo, fez-se presente para atender as pessoas.
Para concluir, eu
quero trazer aqui também uma situação que nós temos visto, ouvido e que se
repete, fatos nunca acontecidos nos Governos anteriores, mas que começam a dar
sinais e que são fatos muito graves e contundentes. Profissionais que ocuparam
cargos em Governos passados estão sendo perseguidos com transferência, com
punição salarial e com muitas outras formas de punição, impedindo, inclusive, o
exercício do seu dever e o exercício da sua profissão, conforme contrato
existente com o Poder Público.
Cito aqui o caso do
Dr. Augusto Capelletti, gerente do Posto de Saúde da Bom Jesus, que coordenava
o trabalho de combate à tuberculose, era diretor do Posto. Repassando o cargo a
outro médico, agora ele está sendo perseguido, está sendo colocado em função
nenhuma; como se diz popularmente, “no ministério do ar”, sendo obrigado a sair
de lá, em clara ação de punição, de perseguição, algo abominável e inaceitável.
Foi dito que iam valorizar os funcionários públicos, mas o que se vê é
exatamente o contrário. Nós temos uma lista de mais de cem casos de pessoas que
estão sendo perseguidas pelo atual Governo, porque foram pessoas que tiveram
atividade profissional ou alguma atividade de coordenação e direção em nosso
Governo. Isso é inaceitável, isso nunca aconteceu nos dezesseis anos em que
governamos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Encerrado o Grande Expediente.
Passamos às
A Verª Mônica Leal
está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Almerindo
Filho.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores; funcionários desta Casa, dos quais eu
fui colega durante doze anos com muito orgulho, quando coloquei o meu nome para
concorrer à Vereadora da Cidade de Porto Alegre. Depois da avaliação positiva
que obtive, no mesmo momento prometi a mim mesma que usaria esta tribuna para
defender causas que beneficiassem a população da minha Cidade. E é para isso,
neste momento, que me encontro nesta tribuna.
Dados colhidos em
diversas publicações dão conta de que estamos frente a um grave problema,
previsto há anos por especialistas, no que se refere às águas do planeta Terra.
Recurso natural não-renovável, a água tem uma demanda que, há cada vinte anos, é
duplicada devido ao aumento da população e do consumo para fins industriais e
agrícolas. No momento em que o Rio Grande do Sul vive o drama de prolongada a
seca, castigando principalmente o interior do Estado e, também, a Cidade de
Porto Alegre, vemos como é oportuno e necessário incentivar medidas que evitem
o desperdício da água potável.
Foi com essa intenção
que solicitei o desarquivamento do Projeto de Lei apresentado em abril de 2004
pelo Ver. Beto Moesch, hoje titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente -
Processo nº 1.841. O Projeto hoje está em primeiro dia de Pauta, visando a
instituir o Programa de Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas
nas Edificações. Além de recomendar um programa de educação da população para
evitar a poluição dos mananciais e evitar o desperdício, ele preconiza,
inicialmente, a instalação de medidas de fácil adoção para a racionalização do
uso das águas. Entre elas, a instalação de bacias sanitárias com volume
reduzido de descarga, chuveiros e lavatórios de volumes fixos, torneiras com
arejadores e a instalação, em condomínios, de hidrômetros para medição
individualizada do volume de água consumido.
O mais importante,
porém, é o Capítulo III, que dispõe sobre o reaproveitamento das águas com
ações de captação, armazenamento e utilização de água das chuvas. É um Projeto
inteligente que merece toda a atenção dos senhores. Deve ser discutido,
certamente receberá Emendas. Nós não podemos nos furtar dessa responsabilidade,
como legisladores, de buscar uma otimização para o problema da água. É
inconcebível que continuemos a lavar carros e calçadas, molhar jardins e usar
nos sanitários água tratada, a preciosa água potável, que muita gente nem tem
para beber.
Finalizaria dizendo
que é necessária aos gestores das administrações uma visão de cidade não só do
presente, mas também do futuro e para as novas gerações. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. COMASSETO
(Requerimento): Sr. Presidente, solicito um
minuto de silêncio pela morte do ambientalista Dionísio Júlio Ribeiro Filho,
executado ontem na reserva ecológica de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. É mais
um lutador e defensor de um planeta melhor que barbaramente foi executado por
defender princípios da vida e da qualidade do meio ambiente.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Obrigado. O Ver. Elias Vidal está
com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Haroldo de Souza está
com a palavra em Comunicações.
O SR. HAROLDO DE
SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, amigos que aqui se encontram e que nos acompanham
em casa através da TVCâmara, quero pedir ao Ver. Todeschini que ele veja os
números da Brigada Militar no mesmo período do Governo do PT, com o mesmo tempo
de duração no que se refere aos do Governo Rigotto, para que esses números
apresentados aqui possam ser confrontados. Estão em manutenção 50% de veículos,
de viaturas, e neste mesmo período, no Governo do Partido dos Trabalhadores,
era um pouquinho mais; melhorou aqui. Dois aviões foram entregues recentemente,
e viaturas são entregues quase todos os dias para a Brigada; três mil e
duzentos brigadianos foram incorporados nas fileiras da Brigada Militar. Só
para lembrar.
Por falar em lembrar,
nós começamos, no ano de 2005, esta nova Legislatura, e eu confesso a vocês que
estou bastante triste em relação às primeiras Sessões que aqui foram
realizadas. Antes de entrar para a política, moção, para mim, era uma moça bonita,
por exemplo, a Cida, lá pelos anos de 1950, aquela moça simpática...! Que
moção! Esta Casa, até o dia de hoje, só falou em Moção, Moções - o Kofi Annan
não tem dormido direito, o Bush e outras personalidades mais. Então, estou
pensando seriamente em estar ao lado daqueles que desejam estabelecer uma
alteração no nosso Regimento, no sentido de a Moção ficar individualizada.
Aquele que pedir a Moção fica responsável, ou a Bancada toda do seu Partido, ou
ele, individualmente, que mande, mas sem vir aqui discutir, pois essa história
de Moção ou Moções vira uma briga política aqui dentro da Casa que não tem nada
a ver, porque, para a sociedade, para aqueles que votaram em nós para estarmos
aqui lhes representando, devemos trabalhar no sentido de melhorar a Saúde, o
ensino, a Educação, que é o que este povo quer.
Por falar em
Educação, a creche Tronco, lá da Vila Tronco, foi premiada pelo Orçamento
Participativo há três anos, Presidente Elói Guimarães. Há três anos, o famoso
Orçamento Participativo, o OP do Partido dos Trabalhadores, premiou, para
construção, a creche da Vila Tronco. Eu fui lá, Ver. Paulo Odone, e não há um
tijolo sequer colocado! Mas faz três anos! Então, os meninos estão esperando;
aquela criança que tinha três anos agora tem seis; aquele que tinha seis anos
já tem nove, e muitos não vão ver essa creche organizada, como aconteceu com a
Creche Xaropinho, a respeito da qual as pessoas estão todos os dias nos
procurando. Mas são coisas que vêm do mês de junho, do ano passado. No mês de
junho do ano passado, surgiu o problema da Creche Xaropinho, que o PT disse que
resolveria no mês de outubro, depois das eleições, mas, como perdeu as
eleições, “deixou o barco andar”. Está lá a Creche, Ver. Maria Celeste - eu lá
estive -, há 72 crianças que não têm as chamadas “tias”. Hoje mesmo, neste
exato momento, há problemas na Creche Xaropinho, neste exato momento. Mas eu
vou, nesta Legislatura, que está começando, tentar... Não porque disse aqui o
Secretário da Juventude, Mauro Zacher, que eu estou pedindo uma Secretaria para
os idosos porque não teria sido premiado com cargo no Governo Fogaça...! O
Secretário Mauro Zacher está mal-informado a meu respeito, eu não busco cargos;
eu tenho o meu trabalho lá fora, sou um profissional bem remunerado como
locutor esportivo. Podem acreditar que eu falo isso de coração. Então, não
estou atrás de cargos, não; mesmo porque, apesar dos meus sessenta anos, eu não
vou presidir Secretaria nenhuma e nenhum departamento que o Prefeito Fogaça
venha a brindar aos idosos da cidade de Porto Alegre. Eu quero que alguém vá
cuidar disso e quero que o idoso tenha uma atenção.
Eu pretendia falar a
respeito das carroças na cidade de Porto Alegre, porque eu estive na cidade de
Cuenca, no interior da Venezuela, uma cidadezinha pequenininha, e
lá não há carroças nas ruas! Mas aqui nós temos carroças nas ruas transportando
lixo! E, agora, lendo o jornal Zero Hora de hoje, vemos que “Carroças são
usadas por arrombadores na Capital”. Então, gente, antes da Moção - que poderia
ser a Cida, a minha namorada de quarenta anos atrás, uma moça bonita, “moção”
-, vamos cuidar da questão que se refere às carroças nas ruas, das creches que
estão abandonadas, da Saúde e de tudo o mais que o Governo anterior nos deixou
de herança. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com
a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria hoje
de enfatizar alguns assuntos, alguns fatos que estão acontecendo em nosso País
e que me preocupam sobremaneira. Preocupam-me porque são importantes e porque
apresentam muitas incoerências dos nossos governantes e também dos nossos
Partidos políticos. Hoje estamos em plena Campanha da Fraternidade, cujo tema é
“Solidariedade e Paz”. Fala-se em paz, e hoje há no País uma campanha aberta
pelo aborto - assassinato de crianças, de crianças indefesas -, e nós falamos
em paz querendo assassinar crianças. É uma incoerência!
Nós falamos na importância da segurança - há pouco um
Vereador aqui falou sobre segurança - e, ao mesmo tempo em que falamos de
segurança, esquecemos que um dos fatores importantes que atrapalham a nossa
segurança é a proliferação das drogas. Porto Alegre é a cidade de maior índice,
empatando com o Rio de Janeiro, no que se refere ao consumo de droga na
juventude. E o Governo do nosso País continua apoiando as FARC, as maiores
produtoras e distribuidoras de drogas, talvez, do mundo. O Partido do
Presidente da República, inclusive, é companheiro das FARC no Fórum de São
Paulo. Que incoerência!
Falamos em ética e
moral. Ética e moral são importantes. E há uma campanha nacional em favor do
casamento de pessoas do mesmo sexo, homossexuais, e também da legalização da
profissão das prostitutas. Falamos também em pirataria, contrabando, lavagem de
dinheiro e, ao mesmo tempo, estamos fazendo campanha para a liberação do jogo
em nosso País, que é, na sua esteira, a que traz a pirataria, o contrabando, a
droga e a lavagem de dinheiro.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Os temas são
candentes, importantes, mas, se houvesse fiscalização, não haveria pirataria,
nem contrabando e nem sonegação. Nós países onde o jogo é legalizado e há
fiscalização, ele não serve para trambicagem. Portanto, temos que parar com
essa hipocrisia de achar que o jogo é um mal em si; é um mal porque não há
fiscalização.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Esse argumento é muito antigo e também superado.
Vejam: porque o jogo existe, vamos legalizá-lo; porque os assassinatos existem,
vamos legalizá-los; porque os roubos existem, vamos legalizá-los!? É um
argumento antiquado e isso não pode vigorar em nosso País.
Há uma outra decisão
que está provando que foi uma decisão errada do Governo. Nós comemoramos,
ontem, os 80 anos da presença da fábrica da General Motors no Brasil. Aqui, em
nosso Estado, fizemos uma festa lá na fábrica em Gravataí, que tantos
benefícios tem trazido para a nossa Cidade. E eu vejo no jornal de domingo uma
matéria sobre a Ford (Lê.): “A fábrica da Bahia é a principal base de
crescimento da Ford". Essa é a fábrica que nós perdemos aqui em nosso
Estado, no município de Guaíba. Essa mesma fábrica produziu, no ano passado,
195.652 veículos, com um crescimento de 41% em 2003, e, agora, está trabalhando
em três turnos, incluindo mais 2.402 novos empregados na sua fábrica,
totalizando, hoje, 7.696 empregos, que estão lá Bahia e que podiam estar aqui
em Guaíba, ajudando a desenvolver o nosso Estado. Por políticas equivocadas,
por campanhas equivocadas, o povo sofre e o País não vai para frente. Isso é
lamentável!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Aldacir Oliboni está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores; público que acompanha, de modo especial, esta
Sessão, cidadãs e cidadãos da Vila Bom Jesus que fazem aqui um ato de protesto
contra a demissão, contra a perseguição de um servidor municipal; depois,
possivelmente, esse fato será foco de discussão política na Casa.
Eu queria abordar, no
meu pronunciamento, uma visita que fizemos ontem, na condição de membro da
Comissão de Saúde, ao Posto do IAPI, até porque, no dia anterior, ele teria
sido motivo de reportagem do jornal Zero Hora, que colocou uma foto de um
aparelho de raio X de uma das salas já desativadas do Posto do IAPI. O jornal
Zero Hora, na sua reportagem, passou uma idéia não muito clara, dando a
impressão de que o aparelho teria sido sucateado no nosso Governo, ou seja, no
Governo anterior.
Ontem, nós fomos lá
com vários Vereadores, entre os quais o Ver. Cláudio Sebenelo, Presidente da
Comissão de Saúde; Ver. DJ Cássia Gomes, Ver. João Carlos Nedel e algumas
pessoas da imprensa aqui da Casa. Nós percebemos, realmente, que existe esse
aparelho, essa sucata, mas o jornal Zero Hora não contou a verdade. O jornal
não disse, por exemplo, que o Posto do IAPI foi transferido para o Estado, até
porque foi extinto o antigo INAMPS. E, quando ele foi transferido para o
Governo do Estado, e havia, por exemplo, mais de mil médicos, o Governo do
Estado, quando da municipalização da Saúde em Porto Alegre, em 1996, entregou o
Posto já sucateado e com este aparelho de raio X já desativado, conforme disse
a Dra. Clarice, Diretora do Posto até o ano anterior, para este Vereador.
Então, quando sai uma
reportagem como essa, eu me admiro muito que o jornal Zero Hora não conte os
fatos reais, o que realmente aconteceu, dando uma impressão errada e provocando
um desgaste na nossa gestão, que nós não aceitamos, porque recebemos aqueles
serviços, em 1996, completamente sucateados. Tanto é verdade, que inúmeras
áreas foram reformadas, e, até o ano passado, havia uma resolutividade muito
maior do que quando recebemos, com muitos serviços novos implementados. Então é
preciso contar a verdade, porque senão fica aqui um “toma lá, dá cá”, e a gente
tem que usar um espaço tão nobre como este para poder simplesmente dizer que a
reportagem está equivocada. É preciso primeiro contar a verdade dos fatos.
Quero também lembrar, associando-me à manifestação
pública, que realmente o Governo Municipal está perseguindo companheiros e
companheiras filiados ou não ao PT, pessoas que se identificavam com a nossa
luta. E faço um apelo à nossa Líder do Governo, Verª Clênia Maranhão, que é a
interlocutora do Governo. Vejam os senhores qual é o Partido, qual é a gestão,
qual é o Governo que teria a coragem de mandar para casa um servidor
simplesmente porque ele está portando um chaveiro do Partido? Pois neste
Governo isso está acontecendo. Qual é o Governo que mandaria para casa um
estagiário porque ele está usando uma camiseta ou um tênis, porque não está
usando um traje adequado? Este Governo está fazendo. Qual é o Governo que
dispensaria os trabalhadores que se identificaram com o Governo anterior, que
estão aguardando em casa simplesmente porque exerciam uma função de coordenação
ou de chefia? Este Governo está fazendo. Dezenas e centenas de servidores da
Saúde, principalmente, estão aguardando em casa, sabendo que inúmeros serviços
estão fechados.
Por exemplo, fecharam agora, recentemente, o
Serviço de Saúde do Trabalhador. Ele é imprescindível para a Cidade, como órgão
fiscalizador do serviço de saúde do trabalhador. E chega a informação de que um
cidadão chamado Raul manda mais do que o Secretário Municipal de Saúde. Eu acho
que isso não vai longe, e, realmente, Ver. Raul Carrion, nós vamos ter de aqui
defender uma CPI, porque senão o Ministério Público será, possivelmente, o
porta-voz dessas pessoas perseguidas, porque o Governo não reconhece que tem de
respeitar a pluralidade de pensamento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o que o Ver.
Oliboni escamoteou da tribuna foi que o Posto do IAPI tem 18 mil metros
quadrados, quase dois hectares de Posto e que, há menos de sete, oito anos,
havia 1.150 médicos especialistas atendendo, que, depois de recebido pelo
processo de municipalização, ele foi, como posto, desativado: foi fechado o seu
laboratório de clínicas, foi fechada a sua radiologia. Hoje, dos 1.150, nós
temos 93 médicos.
Aí está a resposta de
por que se marcam consultas para daqui dois, três anos; depois que a pessoa
faleceu, aí, então, chamam para a consulta médica. O Posto foi desativado!
Ontem, às 3h da tarde, havia uma área, a Área 17, atendendo meia dúzia de
pacientes. O serviço do idoso, fechado; o serviço da AIDS há seis meses está
pronto e não funciona. Uma série de irregularidades e de comprovantes de que a
CPI da Saúde teria avaliado perfeitamente o porquê desses problemas que afligem
o porto-alegrense, e o Judiciário, a pedido do Partido dos Trabalhadores, por
iniciativa do Partido dos Trabalhadores, impediu que a CPI funcionasse.
Mas a resposta começa
a vir, a herança maldita vai começar a aparecer nos próximos dias, em que nós
temos postos de saúde sem condições mínimas de funcionamento, falta de profissionais,
falta de medicamentos, mas, principalmente, falta de leitos hospitalares. As
nossas emergências são verdadeiros, como disse o Presidente do Sindicato
Médico, navios negreiros. E o que é pior: vendeu-se a idéia em Porto Alegre de
que a Saúde é uma área extremamente difícil para ser administrada. É difícil,
porém, não é impossível. Pode ser melhorada e muito melhorada. Vamos ver a
diferença de gerenciamentos.
E o Ver. Aldacir
Oliboni, ilustre representante do Partido dos Trabalhadores, na Comissão de
Saúde da Câmara Municipal, viu, com seus próprios olhos, aquilo que está
fotografado pelo jornal Zero Hora; aquela fotografia não foi inventada: o
deserto que nós encontramos ontem, às 3h da tarde, em plena luz solar, quando
todos deveriam estar trabalhando. Nós encontramos, no máximo, cinco ou seis
pacientes sendo atendidos numa área de 18 mil metros quadrados. O serviço de
Odontologia fechado; fecharam também o serviço de Odontologia modelar do Grupo
Conceição. Passaria para o Postão, mas está fechado o serviço. O sucateamento
de algumas estruturas, imenso! Outras prontas para funcionar e não funcionam! O
Ver. Aldacir Oliboni não me deixa sozinho, porque ele sabe que é assim, foi
assim, nós vimos, e todos os que são da Comissão de Saúde, que foram nessa
visita, sabem que essa é a expressão da verdade.
Nós não queremos
fazer proselitismo político, nós queremos dar uma solução a esses problemas e
resgatar as 60 mil consultas que foram agendadas e que não foram cumpridas. E
nós vamos precisar, talvez, de uma Legislatura inteira, de quatro anos, para
poder resgatar, porque vamos precisar de mutirões, vamos precisar de
solidariedade, vamos precisar, Verª Neuza Canabarro, em vez de hostilizar as
corporações, em vez de se enfrentar uma greve dos médicos por litígio, convocar
as estruturas da área médica, da área da enfermagem, de todas as áreas, porque
medicina se faz com médicos. E nós não podemos, em hipótese nenhuma, virar o
cocho, não podemos proceder dessa forma. Acho que temos, indiscutivelmente,
hoje, um grande desafio: resgatar esse caos verdadeiro da Saúde na cidade de
Porto Alegre. Quero ver dizerem que o Ver. Sebenelo está mentindo!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, todos que nos assistem,
iremos, em primeiro lugar, fazer uma saudação especial à comunidade da Vila Bom
Jesus, que aqui se faz presente maciçamente, acompanhados da Mãe Neca de
Iemanjá, que nos traz uma denúncia, Verª Clênia Maranhão, bastante séria, e nós
queremos registrar. É a denúncia do afastamento e colocação em disponibilidade
do Dr. Augusto Cézar Capelletti, ex-gerente do Posto Bom Jesus desde 2000, pessoa
querida na comunidade e, ao que tudo indica, inclusive, numa retaliação
política, entregou a direção do Posto no dia 7 e agora está sendo afastado,
Ver. Todeschini. Existe um abaixo-assinado com mais de quatrocentas
assinaturas, e nós cremos que não pode ser uma política de Governo. Queremos
que a Liderança do PPS na Casa nos dê o quanto antes um retorno, se for
possível ainda no dia de hoje. Esperamos superar esse problema, porque há uma
falta de médicos muito grande. Trata-se de uma pessoa que tem toda uma ligação
com a comunidade, e nós sabemos da importância disso num tratamento de saúde,
aguardamos uma rápida reversão do caso. Quero dizer que falo em nome da nossa
Líder, Verª Manuela, e tenho certeza de que a Bancada do PT, que irá falar em
seguida, estará junto com todos os Vereadores da Casa, para que não se faça
qualquer tipo de retaliação política a pessoas que têm um trabalho tão sério.
Em segundo lugar, nós
queremos, em Tempo de Liderança, rapidamente, trazer a nota da Corrente
Sindical Classista, dos dirigentes da CUT. A Corrente Sindical Classista tem
uma ampla participação de sindicalistas do PCdoB, de contradição com a reforma
sindical que está entrando no Congresso Nacional. Possivelmente o tempo não
permita a leitura completa, por isso estamos distribuindo para todos os
Vereadores a nossa nota, que diz o seguinte (Lê.): “Na condição de dirigentes
da Central Única dos Trabalhadores, vimos a público manifestar nossa oposição
ao Projeto de Reforma Sindical que o Governo pretende encaminhar ao Congresso
Nacional” - que eu saiba já deu entrada - “consistente de uma Proposta de
Emenda Constitucional e um Projeto de Lei ordinária. Expressamos a firme
convicção de que, por mais de uma razão, as propostas em questão constituem uma
séria ameaça de retrocesso em matéria de organização, democracia, conquistas e
direitos dos trabalhadores brasileiros. A ameaça começa pela revogação pura e
simples do inc. II do art. 8º da Constituição, que preconiza a unicidade
sindical. Deixa de existir limite geográfico para a definição da base dos
sindicatos, que também não se constituirão pelo critério de ramo, categoria ou
setor de atividade. Cai por terra todo esforço para impedir a pulverização das
organizações sindicais. O propósito evidente na PEC e no PL é instituir um
pluralismo sindical limitado, sob o estrito controle das cúpulas, baseado na
proliferação dos chamados sindicatos derivados, sem o requisito de
representatividade nas bases e concebidos como uma estrutura orgânica das
centrais. Trata-se de um tipo de organização essencialmente antidemocrática e
cupulista, que vem sendo classificada com ironia - e não sem razão - de
sindicato biônico.”
Não teremos tempo
para concluir a leitura, mas queremos dizer que esta proposta está tendo o
apoio do empresariado neoliberal deste País. E mais: o dissídio coletivo fica
inviabilizado se isso se instalar; também abre caminho para a flexibilização
dos direitos trabalhistas. O PCdoB é contrário e considera um retrocesso o
Projeto que está sendo encaminhado no Congresso Nacional, irá lutar no
movimento de massas, no Congresso, junto com outras forças políticas que
defendem a unicidade sindical e são contrárias a um Projeto que, na verdade,
liquida com uma história de organização dos trabalhadores brasileiros.
Nós voltaremos a esse
tema, que é um tema de grande repercussão, porque toca numa questão que, para o
nosso Partido, Ver. Elói Guimarães, é uma questão estratégica, que é a
liberdade de organização dos trabalhadores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO (Questão de Ordem): Quanto ao problema
ventilado, da presença e da manutenção de um médico no Posto de Saúde, a
Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal quer-se oferecer,
inclusive, para intermediar. Se precisar, se for necessário, a Comissão de
Saúde poderá recebê-los e fazer uma reunião, em caráter extraordinário, para
dar solução o mais rápido possível a esse problema.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Recebo como uma comunicação de V.
Exª, de parte da presidência da Comissão de Saúde e Meio Ambiente.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. SEBASTIÃO MELO
(Questão de Ordem): Sr. Presidente,
apenas para contribuir. Quando uma comunidade vem a esta Casa, ela merece de
nós o maior respeito, aliás, não só quando vem aqui. A Comissão de Saúde, a
qual eu pertenço, acho que pode mediar. Eu falei agora com a Secretaria da
Saúde, tão logo chegaram aqui as representações da Vila Bom Jesus, é um assunto
que não transitou em julgado, o Secretário tem a melhor das boas intenções,
Verª Maristela Maffei - gostaria da sua atenção, Verª Maristela -, porque nós
queremos encontrar uma solução negociada. Portanto queremos reforçar a proposta
do Presidente e dizer que a intenção do Secretário da Saúde é encontrar um
processo de negociação. É um princípio administrativo a transferência daqueles
que detinham cargos, isso é normal, isso é corriqueiro, mas não é uma questão
que está transitada em julgado, a permanência dele ou não, até porque haverá
uma reunião no dia 27 ou no dia 1° para tratar desse assunto da crise
municipal. Portanto, esse assunto pode ser desdobrado com a parceria da Câmara
de Vereadores. É a nossa contribuição com a matéria.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Penso que estão claras as
manifestações.
O Ver. Márcio Bins
Ely está com a palavra em Comunicações.
O SR. MÁRCIO BINS
ELY: Ver. Elói Guimarães, Presidente; na pessoa de V.
Exª eu quero saudar as demais Vereadoras e Vereadores deste Plenário, cidadãos
porto-alegrenses presentes hoje nas nossas galerias, demais cidadãos e cidadãs
de Porto Alegre que nos prestigiam com a audiência na TVCâmara.
Quero iniciar este
período de Comunicações, hoje, para fazer uma saudação muito especial ao
jornalista Antonio Carlos Macedo, que esta semana, no seu programa Gaúcha Hoje,
está se dedicando a incentivar e a dar o apoio a uma entidade que conheço, da
qual participo e que merece todo o nosso respeito. Falo hoje aqui, colegas
Vereadores, do Lar Santo Antônio dos Excepcionais e dessa iniciativa da Rádio
Gaúcha de estar realizando semanas em apoio a entidades.
Quero cumprimentar a
rádio e o programa, porque conheço o Lar Santo Antônio, sei o trabalho que é
realizado pelos 49 funcionários da entidade e todo o seu corpo diretivo, com
atendimento de alta qualidade às quase cem crianças neurolesionadas, com lesão
severa ou profunda, que habitam essa casa-lar. Eu sei das dificuldades que são
enfrentadas não só pelo Lar Santo Antônio, mas por todas essas entidades que
prestam serviços em caráter filantrópico a pessoas com dificuldades, a seres
humanos incapazes, que não conseguiriam sobreviver se não fosse a extensão de
uma mão amiga, de um afeto, de um carinho, de uma casa-lar como é o Lar Santo
Antônio. Conheço o trabalho que é realizado por eles para essas crianças, que
são, além de vegetativas, dependentes cem por cento da entidade.
Também quero
registrar aqui o apoio que temos de colegas Vereadores, que a Entidade tem de
colegas Vereadores, que têm estendido a sua mão há muitos anos ao Lar Santo
Antônio: o Ver. Dib, o Ver. Luiz Braz e outros Vereadores que têm estendido a
sua mão às crianças do Lar Santo Antônio.
Essa iniciativa é
muito importante, e o Lar está em campanha para reforma das camas hospitalares.
As crianças que lá habitam, por serem neurolesionadas, não caminham; portanto,
ficam os dias inteiros em cima das camas ou das cadeiras de rodas, e esse
trabalho que está sendo realizado necessita fundamentalmente do apoio da
população, enfim, das empresas, das entidades e da iniciativa privada para que
possa ser realizado.
Quero também, num
segundo momento, aproveitar este tempo de Comunicações para cumprimentar e
fazer uma justa referência ao Partido Socialista Português, que venceu as
eleições legislativas em Portugal nesse último domingo. Falo da nossa
satisfação como Partido, o PDT, que participa da Internacional Socialista, que
teve como sua principal liderança o sempre presente companheiro Leonel Brizola,
que hoje está no oriente eterno, mas que deixou o seu legado a toda a família
trabalhista. Brizola foi, durante 12 anos, vice-presidente da Internacional
Socialista. O nosso Partido tem hoje como co-irmão, também filiado à
Internacional Socialista, o Partido Socialista de Portugal, que venceu as
eleições legislativas, obtendo maioria absoluta das cadeiras no Parlamento.
Então, fica o nosso registro sobre o Partido Socialista, que hoje tem talvez a
pessoa mais importante no cenário da Internacional Socialista, que é o seu
Presidente, Antônio Guterres, um português que foi, inclusive, justamente
homenageado, no mês passado, pelo ex-Presidente da Assembléia Legislativa,
Deputado Vieira da Cunha, onde recebeu a Medalha Mérito Farroupilha, por seus
relevantes serviços prestados à esquerda, em nível internacional. Fica esse
registro, então. Muito obrigado. Uma boa tarde.
(Não revisado pelo
orador)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Nereu D’Avila está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’AVILA: Ilustre Presidente desta Casa, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores da imprensa, saúdo as senhoras, os
senhores e os jovens que estão aqui conosco nesta tarde; sempre é importante a
participação, nas Sessões e em qualquer lugar, da nossa população com as suas
reivindicações.
Antes de tudo,
gostaria apenas de dizer ao Ver. Haroldo de Souza, por quem temos o maior
respeito e consideração, que a questão com o nosso hoje Secretário da Juventude
foi um fato apenas em relação à criação da Secretaria e jamais para, primeiro,
desconsiderar os idosos e, segundo, desconsiderar o nosso Ver. Haroldo de
Souza. Mas, como diziam alguns Vereadores que já deixaram esta Casa, nada como
um dia depois do outro.
Escutamos o Ver. Raul
Carrion, da tribuna, lendo um manifesto e dando a opinião do seu Partido, o
Partido Comunista do Brasil, contrário a mudanças na CLT - Consolidação das
Leis do Trabalho - e nas regras do sindicalismo atual brasileiro. Eu digo: nada
como um dia depois do outro, porque é de “corar um frade” um Partido criado com
o nome de Partido dos Trabalhadores, em cima de propostas claras para defender
os trabalhadores, presidido por trabalhadores - hoje um deles é o Presidente da
República, o trabalhador, o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva -, justo
esse, querer tirar direitos dos trabalhadores através de manipulações e de
mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho e nas atuais leis sindicalistas
do País.
Então, eu acho que o
próprio Partido dos Trabalhadores no seu âmbito interno deve estar fazendo essa
crítica, mas, independentemente disso, nós queremos dizer que o PDT, o Partido
Democrático Trabalhista, agora, independente de cores partidárias, alia-se
àqueles que, como nós, através de Getúlio Vargas, mudaram o País e deram esses
direitos aos trabalhadores.
Há pouco, a ilustre
Líder do PCdoB registrava os 71 anos do direito de as mulheres votarem no
Brasil, direito esse assegurado por Getúlio Vargas, em 1932, por Decreto e, em
1934, pela primeira Constituição democrática depois do Império. E, exatamente,
na Argentina, dita e havida como País culto - Buenos Aires sendo a cidade
européia na América do Sul -, somente em 1946 Eva Perón outorgou o voto às
mulheres.
Eu, como Presidente
do Partido no Município, asseguro que é a palavra do PDT, não só estadual como
nacional, porque já ouvi o nosso Presidente Lupi referir-se - no dia 3 de
dezembro, quando, no Rio de Janeiro, fomos à última reunião do PDT Nacional,
representando o Partido, na Executiva Nacional - e ser frontalmente contrário a
que se tirem direitos dos trabalhadores. E é um absurdo dos absurdos - eu
felicito o manifesto da CUT lido pelo nobre Ver. Raul Carrion - que, quando
entre a legislação, entre a jurisprudência ou entre as decisões em relação aos
trabalhadores, se fique com aquela decisão que mais beneficia os trabalhadores.
Até essa o Sr. Berzoini, Ministro do Trabalho, não teve o pejo, não ficou
vermelho de vergonha de querer retirar dos trabalhadores. Já nem falo das
questões sindicais, a respeito do imposto sindical e essas questões, porque
essas são até discutíveis. O que é indiscutível para o PDT e para todos aqueles
que defendem os trabalhadores... Isso não é monopólio do PDT, evidentemente,
porque o Partido dos Trabalhadores, hoje, está virando as costas, porque o
Ministro Berzoini não é Ministro de Fernando Henrique Cardoso, é Ministro de
Luiz Inácio Lula da Silva.
Encerro, Sr.
Presidente, deixando aqui, em nome da Bancada do PDT, com clareza, primeiro, a
nossa solidariedade ao manifesto lido pelo Ver. Raul Carrion e, segundo, no
sentido de que o PDT não tergiversa sobre esses assuntos, sua posição é
vertical de que não se altere qualquer situação seja na CLT, seja em qualquer
outro lugar, outra legislação que prejudique os trabalhadores brasileiros.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, comunidade da nossa querida Bom Jesus aqui presente, senhoras e
senhores, eu queria só dizer da legitimidade desse movimento. Aproveitamos para
cumprimentar a Mãe Neca de Iemanjá e a Mãe Tânia. Estamos preocupados. Além
dessas questões, temos vários problemas em toda a Cidade, não somente em
relação à questão da saúde, que, claro, é uma prioridade, mas com vários outros
segmentos dentro da Administração.
Também queremos
registrar a iniciativa muito rápida tanto da Verª Clênia, do Ver. Sebastião
Melo, como do Ver. Oliboni, que faz parte da Comissão de Saúde, para que
imediatamente sejam recebidos na Comissão de Saúde, extraordinariamente, hoje,
para que a gente faça um encaminhamento, a fim de que, independentemente das
questões de disputas ideológicas e políticas partidárias, a comunidade saia
ganhando, porque a saúde é com certeza a prioridade número um. Parabéns pelo
movimento.
Até quero fazer um
segundo parêntese - falando em trabalhadores, Ver. Carrion -, pois estou
profundamente preocupada com um provável problema que o Sindicato dos
Municipários esteja passando para refazer as suas faixas, que foram ou
derrubadas com o vento ou, por falta de recursos, não foram recolocadas pelo
Sindicato; eram faixas das lutas, com as propostas trabalhistas da categoria,
que desde o dia 1º de janeiro não se encontram mais lá. Estamos inteiramente à
disposição da categoria, podemos até fazer uma marcha para a recolocação das
faixas, para que haja uma continuidade na luta e na autonomia dos
trabalhadores.
Também quero
ressaltar aqui uma iniciativa da nossa companheira Verª Maria Celeste em
protocolar na Casa um Projeto que diz respeito à questão do aumento salarial
proposto pelo Presidente da Câmara Federal, Deputado Severino. É um Projeto que
trará um debate importantíssimo para esta Casa. Soubemos que o Deputado
Virgílio protocolou um Projeto desvinculando os aumentos das Câmaras Estaduais
e das Câmaras de Vereadores. Portanto, é um Projeto muito importante. Junto ao
Projeto foi protocolada uma Moção de Repúdio a esse tipo de postura e àqueles
que fazem parte da base aliada desse Deputado, que votou muito mais pelo
fisiologismo, pela perspectiva de aumento do que propriamente com a
responsabilidade de estar à frente da Câmara Federal. Então, a Verª Maria
Celeste tem todo o apoio da sua Bancada e, com certeza, o apoio de todas as
Bancadas da nossa Casa, no sentido de repormos a legitimidade e a seriedade que
uma Casa Legislativa deve ter diante das tratativas públicas do nosso País.
Temos conhecimento da repercussão nos cofres públicos, enquanto ainda
enfrentamos grandes problemas na área da Segurança, da Saúde e tantos outros.
Por fim, Sr.
Presidente, gostaria de fazer algumas considerações aqui, a fim de repor a
verdade. O Ver. Haroldo, dentro do seu espaço, democraticamente teceu alguns
comentários em relação à Segurança Pública. Eu queria dizer ao Ver. Haroldo,
com toda a fraternidade, que a intenção do Ver. Todeschini era justamente de
tentar ter aqui uma prerrogativa de conciliarmos todas as instituições para ter
uma saída na área da Segurança. A diferença, Vereador, é que quando nós
estávamos... Nós não podemos medir o tamanho, se havia mais ou menos violência.
Era a forma como era tratada a questão da violência, quando hoje são apenas
números de estatística, em outras épocas era um jornalismo marrom e
sensacionalista. E gostaria de informar - o Ver. João Antonio Dib parece que
não está gostando muito da minha intervenção - ao Vereador que agora, no último
mês - e eu também acho que não faz mais que a obrigação -, o nosso Governo,
Governo Lula, entregou ao Governo Rigotto 70 viaturas para que tivéssemos um
melhor andamento e segurança para todo o Estado do Rio Grande do Sul. Então,
isso é responsabilidade política, é a obrigação, e nós estamos fazendo. Essa é
a diferença de paradigma que separa muitas vezes o discurso fácil da prática
estabelecida na vida real. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, porto-alegrenses que nos acompanham nos trabalhos da Câmara nesta
tarde, eu queria, preliminarmente, dar ciência a esta Casa de uma nota da
Bancada do PPS, na Câmara Municipal de Porto Alegre, em que tornamos público
que, em consonância com as decisões do PPS em nível nacional, a nossa Bancada
posiciona-se contra o aumento dos salários dos Deputados, proposto pelo
Presidente da Câmara Federal. A Verª Clênia Maranhão e o Ver. Paulo Odone
manifestaram sua estranheza frente a essa inoportuna atitude, quando a
sociedade e o próprio Congresso cobram austeridade nos gastos do Executivo.
Fazemos questão de
explicitar essa posição que tornamos pública, porque está em sintonia com as
decisões políticas, com as preocupações éticas e com os anseios da sociedade
brasileira, que exige das representações políticas coerência e respeito à situação
objetiva do povo deste País.
Em segundo lugar,
queria responder a uma legítima preocupação trazida a esta tribuna pelo Ver.
Todeschini. Quero dizer a V. Exª que houve um desconhecimento por parte das
pessoas que lhe informaram sobre as ações do Executivo em relação aos incêndios
ocorridos segunda-feira na Ilha dos Marinheiros. O Governo Municipal, através
de uma ação integrada do DMAE, DMLU, SMOV, coordenada pelo Corpo de Bombeiros,
no comando do Capitão Éderson, e com a presença do coordenador da Defesa Civil,
Dr. Garipo, teve imediatamente uma ação presente naquela primeira realidade de
incêndio. Na terça-feira aconteceram nos lixos acumulados daquela região -
infelizmente ali há muitos - focos de incêndio. No mesmo dia, imediatamente
esses mesmos órgãos estiveram presentes, desta vez acompanhados da FASC,
considerando que havia risco junto a algumas residências das populações de
baixa renda que ali habitam. A Defesa Civil ficou até às 3h da manhã, enquanto
havia risco para a comunidade.
Eu quero-me dirigir
particularmente às lideranças comunitárias que foram trazidas a este plenário
para discutir a questão do Posto de Saúde da Vila Bom Jesus. Falei com o Dr.
Marinon e com o Secretário Municipal da Saúde, Pedro Gus, a respeito da
presença das senhoras e dos senhores aqui. O Secretário fez questão de
reafirmar que não há nenhum interesse do Governo Municipal em diminuir qualquer
atendimento do posto de saúde daquela região. Pelo contrário, considerando as
necessidades da comunidade da Vila Bom Jesus e da população que é atendida por
aquele Posto, estão sendo estudadas as possibilidades de reforço de ações da
saúde naquela região. Há, na verdade, uma transferência de um Cargo em Comissão
que era vinculado ao Governo passado e que, com a mudança de gestão, foi
transferido. Dentro de uma norma usual e absolutamente compreensível, foi
substituído por um outro técnico.
Eu quero dizer às Sras
Vereadoras e aos Srs. Vereadores que a comunidade tem duas posições sobre isso.
Uma parte da comunidade presente - e nós agradecemos a presença -, de uma forma
legítima, acha que esse profissional, não mais na presidência do Posto, deve
continuar. Acho que é legítima essa vontade. E há também uma parcela da
comunidade que acha o contrário, que esse profissional não deve continuar. Eu
acho que é uma expressão democrática de avaliações diversas da comunidade, e a
Secretaria da Saúde, numa posição democrática, realizará, no dia 1º de março,
uma reunião para definir isso.
(Tumulto nas
galerias.)
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Eu peço ao Presidente Aldacir Oliboni que cumpra a
sua função, a sua responsabilidade.
O SR. PRESIDENTE
(Aldacir Oliboni): Eu queria comunicar
aos cidadãos e às cidadãs que hoje nos dão o prestígio de estarem aqui que,
enquanto estiver um Vereador na tribuna, é de extrema importância deixarmos ele
concluir o pensamento, para que, depois, após a sua manifestação, os senhores e
senhoras possam-se manifestar.
Nesse sentido,
concedo tempo de compensação de um minuto para que a Verª Clênia Maranhão possa
continuar o seu raciocínio.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Eu quero dizer ainda que o Dr. Marino Porto recebeu
a comunidade solicitando a permanência desse profissional, o que é legítimo, e
ouviu isso. Não é a posição dos profissionais que estão dentro do Posto. Há
também outra reivindicação de outra parcela que tem uma posição diferente -
ainda bem que a sociedade brasileira é assim, as pessoas têm posições
diferentes e podem-se manifestar. Dentro do espírito democrático da gestão da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, a Secretaria de Saúde está ouvindo as
duas partes: a comunidade e os profissionais de saúde que atuam naquela região,
para, de posse do conjunto das informações, sem usar nenhum critério
político-partidário, mas usando o critério da necessidade da comunidade de
Porto Alegre e do atendimento de uma região que tem tido enormes dificuldades
no seu atendimento de saúde nessas últimas décadas, procurar, enfim, uma
solução negociada e condizente com as necessidades da Saúde Pública do povo de
Porto Alegre.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Aldacir Oliboni): Obrigado, Vereadora, pela
compreensão; obrigado aos cidadãos e cidadãs presentes.
O SR. IBSEN PINHEIRO
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, não
encontro no Regimento desta Casa nenhum dispositivo que autorize a manifestação
dos visitantes que aqui vêm para honra nossa. Esta é a Casa do Povo não apenas
porque o povo pode freqüentá-la, mas porque o povo está sentado no Plenário
desta Casa. Então, eu quero as providências de V. Exª, escudado no Regimento,
para que os que acompanham os nossos trabalhos o façam em respeitoso silêncio,
nobre Vereador-Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Aldacir Oliboni): Enquanto Mesa,
enquanto presidindo estes trabalhos...
A SRA. MARISTELA
MAFFEI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu
quero dizer que é uma cultura desta Casa que, enquanto o orador está falando,
as pessoas escutem, mas sempre a posição foi de que as manifestações fossem
posteriores. Eu acho que o Ver. Ibsen está chegando agora, não está
acostumando, mas esta é a Casa do Povo, e isso tem que ser respeitado. Muito
obrigada. (Palmas.)
O SR. ERVINO BESSON: Quero um esclarecimento de V. Exª que está na Presidência. Dando uma
olhada no espelho dos Requerimentos, estranhei o Requerimento nº 055/05, da
CUTHAB - Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. O que diz este
Requerimento? (Lê.) “Requer Moção de Solidariedade pelas mortes ocorridas em
Goiânia, no condomínio Sonho Real, no dia 16 de fevereiro de 2005.” Requer
Moção de Solidariedade pela morte?! Ora, eu gostaria que V. Exª esclarecesse
este Requerimento.
O SR. RAUL CARRION: Eu quero esclarecer ao Ver. Ervino Besson que essa redação é de
responsabilidade da Diretoria Legislativa. Evidentemente, a Moção é de
solidariedade aos familiares dos mortos e àquela comunidade que foi
barbaramente reprimida pelo Governo de Goiás do PSDB. É isso. O resto é redação
simplificada da DL. Evidentemente, não é uma Moção de Solidariedade pelas
mortes. Então, se V. Exª quiser qualquer esclarecimento, estão à disposição o
termo e o conteúdo da Moção que foi assinada pelos Vereadores - dentre os quais
o seu Líder, Mário Fraga - que, evidentemente, não assinariam uma Moção de
Solidariedade por morte de trabalhadores. É um mal-entendido na redação,
procurou-se, evidentemente, simplificar, para ocupar o menor espaço possível. É
isso.
A SRA. MANUELA
(Requerimento): Exmo. Sr. Presidente, eu gostaria
de requerer uma reunião da Comissão de Saúde com a comunidade da Vila Bom Jesus
em conjunto com a Prefeitura Municipal, para encaminhar e debater a questão que
foi apresentada hoje aqui. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE
(Aldacir Oliboni): Por gentileza, a Mesa
precisa encaminhar os trabalhos.
O SR. ERVINO BESSON: Vereador-Presidente, o espelho está aqui, é público, a pessoa tem que
entender o que está escrito. Eu li o que está escrito no espelho e não entendi.
O SR. DJ CASSIÁ
GOMES: Quero comunicar à Vereadora que já foi acertado com
os integrantes da Comissão uma reunião para tratar da questão do Posto de Saúde
da Vila Bom Jesus.
O SR. PRESIDENTE
(Aldacir Oliboni): Srs. Vereadores e
Vereadoras, quero esclarecer aos cidadãos e às cidadãs que nos dão a honra de
estarem aqui hoje que foi encaminhado, através do Presidente da Comissão de
Saúde, Ver. Cláudio Sebenelo, após a manifestação dos Líderes, que a Comissão
irá recebê-los lá na sala da Comissão, no segundo andar. Temos apenas mais uma
manifestação de Líder, que é a do Ver. João Antonio Dib. Após a manifestação do
nobre Vereador, nós os estaremos recebendo na Comissão de Saúde para tratar desse
assunto ou para encaminhá-lo junto ao Governo Municipal.
(O Ver. Elói
Guimarães reassume os trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, eu tenho dito nesta tribuna,
muitas vezes, que o que me preocupa com os Legislativos é a fúria legiferante.
Todo o mundo quer fazer leis, mas ninguém pretende respeitar a lei. Eu tenho
certeza de que não é muito ético, de que não é muito educado fazer Comunicação
de Liderança no momento em que se deseja, interrompendo a seqüência dos
trabalhos. Eu cheguei aqui pouco antes da 1h30min, deveria estar falando em
Pauta - era o primeiro inscrito -, mas sou obrigado a ouvir Lideranças, que
estão disciplinadas no Regimento Interno.
Não é que não haja
regulamentação, o art. 229 diz (Lê.): “O Líder, a qualquer momento da Sessão,
exceto na Ordem do Dia, poderá usar da palavra, por cinco minutos, sem aparte,
para comunicação urgente e de excepcional importância, submetendo o assunto
preliminarmente à consideração do Presidente dos trabalhos.” Nunca foi feito
isso, todos usam a Comunicação de Liderança para tratar de qualquer assunto,
mas nunca de assunto urgente, inadiável.
O Ver. Ibsen Pinheiro
formulou uma Questão de Ordem, e foi dito que ele chegou agora, por isso não
conhecia o Regimento Interno. O Regimento Interno tem um capítulo que trata da
ordem nas galerias, ele estava certo, ele conhece, porque Regimento Interno,
leis, Direito, enfim, isso se chama de bom-senso aplicado, e eu não posso
continuar vendo isto que ocorre aqui todos os dias.
Eu já vi pedir
Comunicação de Liderança na madrugada para falar sobre obesidade; já ouvi falar
sobre tudo na Comunicação de Liderança, o que deveria ser um assunto daquele
momento e não para uma galeria presente aqui, com o respeito que eu tenho por
todos os senhores, não só aos senhores, outros também comparecem, nas
Comunicações de Líder também aparecem.
Na realidade, hoje eu
queria falar sobre a proposição que percorre a Assembléia de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito para tratar da sonegação de impostos. Eu também li nos
jornais, assisti ontem à noite, na televisão, ao ex-Presidente Vieira da Cunha com
a sua proposição, mas acho que uma CPI nesse sentido - e sobre isso eu falava
com a Verª Neuza Canabarro - não cabe, acho que o Governador está mais certo:
que se faça uma Comissão Especial para buscar a solução e não uma Comissão de
Inquérito, para começarem a dar entrevistas e mais entrevistas e não chegarem à
solução nenhuma. Então, no meu entendimento e no entendimento da minha Bancada,
uma Comissão Especial, nomeada pela Assembléia, buscaria recursos na Secretaria
da Fazenda do Estado para se assessorar, pode ser que chegue a bom termo,
porque nós sabemos que a maioria das casas comerciais trabalha sem fornecer
nota. Com relação a essa nota que não é fornecida, o comprador paga o ICMS, e
esse fica com aquele que vendeu e não com o Governo do Estado, que deveria
aplicar esse dinheiro em obras para que pudéssemos ter um Estado melhor.
Por isso - eu sei que a Verª Neuza Canabarro
concorda comigo e a minha Bancada também -, achamos que, se a Assembléia
entender de constituir uma Comissão Especial para tratar do problema, vai fazer
muito melhor. E para que depois alguém não diga que estou falando de problemas
do Estado, esse problema interessa muito à cidade de Porto Alegre, porque, do
ICMS que o Estado recolhe, 25% são distribuídos aos Municípios, e, se podemos
incrementar a parte de Porto Alegre aumentando os 25%, eu acho que todos nós
devemos estar preocupados com isso. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO:
Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; meus colegas
Vereadores, minhas colegas Vereadoras, especialmente todos aqueles que nos dão
a honra de suas presenças aqui nas galerias da Câmara de Vereadores;
inicialmente, Ver. Oliboni, eu queria dizer que as eleições que ocorreram logo
atrás não fizeram terminar as nossas diferenças, o que eu acho muito bom. O
contraditório, para nós, sempre serve para o aperfeiçoamento. Alguns pensam que
o caminho é o pensamento único, mas nós achamos que a pluralidade, que as
diferenças podem contribuir.
Nós já vivemos essa
situação aqui, hoje, como oposição - e dirijo-me às representações - muitas
vezes, nós na oposição e o PT na situação. Eu quero dizer aos senhores que o
Partido dos Trabalhadores foi extremamente insensível às galerias para atender
às demandas populares, quero dizer, com toda a tranqüilidade de quem milita no
movimento popular, que ele maneou muito o movimento popular, cabresteando-o aos
seus interesses partidários. Nós achamos que isso está equivocado. O Governo
que ora está aí respeita as diferenças e respeita as contribuições da oposição.
Se há algo errado a ser corrigido, nós vamos corrigir. Portanto, essa questão é
uma questão pontual que deve ser enfrentada dessa maneira.
Quanto ao médico que
lá estava, há um princípio administrativo de transferir quem tinha cargo de
chefia para outra localidade. Agora, essa é uma matéria que não está
terminativa, tanto é que o médico continua lá, e o Governo está dizendo: “Nós
queremos ouvir os argumentos, nós queremos ouvir a comunidade, nós queremos
ouvir a CLIS, que é o Conselho Municipal.” Portanto, sob o comando do Ver.
Sebenelo, com certeza não só vamos ouvir na Comissão como iremos dar
oportunidade para que o Governo venha, e, se não puder ser agora, porque a
reunião é agora, que se apraze para amanhã ou para no máximo segunda-feira para
ver esse contraditório e sair-se dali com uma solução mediada. Essa é a nossa
posição.
Quero dizer, Ver.
João Dib, que o bom-senso não precisa estar em leis. Realmente, V. Exª tem
razão. Agora, a democracia precisa ter regramento. Então, o que V. Exª disse, o
que o Ver. Ibsen disse está absolutamente correto, tem de ter regramento, senão
não é democracia, é qualquer outro nome. Esta é a Casa do Povo, plural, onde
todos têm assento, agora é preciso ter um regramento e respeito, por isso acho
que V. Exª colocou bem.
Eu queria, nestes
dois últimos minutos, trazer um assunto sobre o qual não dá para fazer um bom
comentário em dois minutos, mas eu queria, Ver. Bernardino, dizer que a Frente
Popular governou esta Cidade de 1989 a 2004. De 1994 até 2004, as passagens,
Ver. Nereu, tiveram um aumento acima da inflação em mais de 37%. Pois, ontem,
eu vi parte do PT fazendo manifestações sobre o aumento das passagens dos
ônibus; aumento esse que o PT deveria ter dado no ano passado, uma vez que a
lei estabelece dois momentos para serem dados aumentos às passagens: ou na
época do aumento salarial da categoria, ou quando o índice inflacionário
ultrapassa os 8% - e isso é lei do meu colega de Partido Deputado Luiz Fernando
Záchia. Pois a Administração anterior recebeu essa matéria em novembro e sobre
ela não quis se manifestar.
Aliás,
eu fiz um estudo - e depois eu quero colocá-lo à disposição - no sentido de
que, sempre em ano eleitoral, o PT, quando administrou esta Cidade, aumentou
menos a passagem e, depois, nos anos não-eleitorais, aumentou mais a passagem.
Então, eu queria dizer, com todo respeito a V. Exas, que o povo
desta Cidade tem memória!
Nós temos que enfrentar
uma questão, Ver. Todeschini - que presta atenção a este meu pronunciamento da
tribuna -, que ninguém quis enfrentar aqui nesta Casa, que os Prefeitos do seu
Partido não quiseram enfrentar, que é a questão da isenção das passagens.
Hoje, 27% das pessoas
que andam de ônibus não pagam a tarifa de ônibus. Não há um centavo de recurso
público na tarifa de ônibus. Isso tem de ser enfrentado, porque, do contrário,
não há como falar em diminuição da passagem! E V. Exas sabem disso.
Então, quanto a esse
discurso fácil de quem ficou 16 anos no Governo, de quem aumentou a passagem em
38% acima da inflação, de quem saiu do Governo há pouco tempo, agora vão para a
esquina dizer que vão fazer oposição no que se refere ao aumento da passagem!
Isto tem um nome: demagogia! Isto tem um nome: irresponsabilidade! Oposição por
oposição! Não! O Governo sequer manifestou, ainda, o aumento da passagem, o
Governo não está fazendo como V. Exas, que convocavam, no meio da
noite, o COMTU para aprovar o aumento do valor da passagem e não davam sequer o
direito de vista aos Conselheiros!
Então, eu quero
deixar aqui uma coisa muito clara: chega desse discurso fácil! Eles aumentaram,
fizeram, aplaudiram os proprietários dos ônibus, sentavam com os proprietários
dos ônibus, tudo era legal, tudo era regimental, e, agora, vêm para oposição,
há poucos dias, e dizem que está tudo errado! Não, aí não dá para continuar!
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. RAUL CARRION (Requerimento): Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; chegou-nos há poucos minutos a
informação do falecimento, no início desta tarde, do Sr. João Eduardo da Silva,
Conselheiro da Escola Imperatriz Dona Leopoldina e Coordenador da Ala das
Baianas. Gostaríamos de registrar esse fato e solicitar um minuto de silêncio
pelo seu falecimento. Ele era uma liderança da Zona Norte, ativista cultural
importante.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Conforme requer o Ver. Raul
Carrion, solicito aos Srs. Vereadores que, em pé, façamos um minuto de silêncio
pelo falecimento desse carnavalesco da Escola de Samba Imperatriz Dona
Leopoldina.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
N.º 2189/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 092/04, de autoria do
Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua Wilson Vargas um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Espírito Santo.
PROC.
N.º 2635/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 114/04, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Manuel Zacharias Pacheco um logradouro
público não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.
PROC.
N.º 3042/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 128/04, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua José Pereira da Cunha um logradouro
público não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.
PROC.
N.º 3044/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 130/04, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Giobatta Giuseppe Petracco um
logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.
PROC.
N.º 3738/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 160/04, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que denomina Praça Arq. Leo Ferreira da Silva um
logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema Green.
PROC.
N.º 4036/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 177/04, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Annita Grossi da Silva um logradouro
público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.
PROC.
2117/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 098/03, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que estabelece normas para a colocação de roleta nos
ônibus urbanos e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.
PROC.
N.º 2178/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 091/04, de autoria
dos Vereadores Sebastião Melo e Beto Moesch, que institui o Programa de
Proteção aos Animais Domésticos e dá outras providências.
PROC.
N.º 3811/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 096/04, de autoria do
Ver. Nereu D’Avila, que institui o Prêmio Leonel Brizola – Ética Política, que
será concedido, anualmente, à pessoa que se destacar em suas atitudes éticas no
exercício da política, e objeto de Resolução, com subscrição de, no mínimo, um
terço dos Vereadores e entregue em Sessão Solene a ser realizada no dia 21 de junho,
no Plenário Otávio Rocha.
PROC.
N.º 4467/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 195/04, de autoria da
Ver.ª Clênia Maranhão, que institui o dia 18 de julho como o Dia Municipal de
Luta contra o Câncer de Mama, que passará a integrar o Calendário de Eventos
Oficiais de Porto Alegre, bem como prevê a participação dos Poderes Executivo e
Legislativo do Município, empresas e as entidades civis em campanhas de
prevenção.
PROC.
N.º 4740/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 199/04, de autoria do
Ver. Nereu D’Ávila, que denomina Rua Sergio Stimamilio um logradouro
não-cadastrado, conhecido como Beco Um, localizado próximo do n.º 2605 da
Avenida Edgar Pires de Castro.
PROC.
N.º 4805/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO
N.º 015/04, de
autoria do Ver. Nereu D’Avila, que viabiliza a regularização de atividades
existentes na Estrada Jorge Pereira Nunes, mediante o ajuste do Modelo
Espacial, Anexo 1, da Lei Complementar n.° 434, de 1° de dezembro de 1999, e
alterações posteriores (PDDUA).
PROC.
3123/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 159/03, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que obriga os estabelecimentos de bingo em Porto Alegre
a destinarem espaço para fumantes. Com Emenda n.º 01.
PROC.
N.º 1664/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 070/04, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que dispõe sobre a implementação das Terapias Naturais no
Município de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC.
N.º 1875/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 007/04, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que acrescenta inciso II, renumerando os demais, ao § 1.º
do art. 45 da Lei Complementar n.° 170, de 31 de dezembro de 1987, que revoga a
Lei Complementar n.º 32, de 07/01/77, estabelece normas para instalações
hidrossanitárias e serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento
sanitário prestados pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos e dá outras
providências.
PROC.
N.º 2102/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 085/04, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que torna obrigatória a instalação de caixa eletrônico
próprio para atendimento a portadores de deficiência física nas agências e
postos de atendimento bancário, no Município de Porto Alegre, e dá outras
providências.
PROC.
N.º 4119/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 182/04, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Avenida Altos do Santa Rita um logradouro
público não-cadastrado, localizado no Bairro Hípica.
PROC.
N.º 5355/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 229/04, de autoria do
Ver. Luiz Braz, que declara de utilidade pública, nos termos da Lei n.º 2.926,
de 12 de julho de 1966, e alterações posteriores, a Associação Nacional dos
Portadores de Psoríase (PSORISUL).
PROC. N.º 2406/03 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 108/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que determina a
obrigatoriedade da colocação de obra de arte nos prédios urbanos com mais de
1.500m2. Com Substitutivo n.º 02.
PROC.
N.º 1841/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 072/04, de autoria do
Ver. Beto Moesch, que institui o Programa de Conservação, Uso Racional e
Reaproveitamento das Águas nas edificações. (desarquivado pela Ver.ª Mônica
Leal)
PROC.
N.º 4066/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 179/04, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Samuel Vainstein um logradouro público
cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema Green.
Com Emenda n.º 01.
PROC.
N.º 4681/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 197/04, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Hermes de Souza um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.
PROC.
N.º 5490/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 230/04, de autoria do
Ver. Luiz Braz, que institui o programa social Frente de Trabalho Voluntário
nas comunidades do Município, mediante cadastro de famílias carentes que tenham
pelo menos um membro desempregado há mais de seis meses; cria um fundo de
assistência a ser gerido e administrado pelo órgão competente do Município, com
recursos oriundos de parcerias e convênios com a iniciativa privada e outras
verbas públicas destinadas a esse fim.
PROC.
N.º 5661/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 235/04, de autoria do
Ver. Cláudio Sebenelo, que destina espaço na Praça Nossa Senhora de Belém, no
Bairro Belém Velho, para instalação de busto em homenagem ao Senhor Dionísio
Rodrigues Mendes, sem ônus ao Município.
PROC.
N.º 3084/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 157/03, de autoria do
Ver. Dr. Goulart, que dá nova redação ao art. 4.º do texto em vigor da Lei n.º
6.442, de 11 de setembro de 1989 (Dispensa a apresentação de atestado médico
para renovação da carteira de identificação de portadores de deficiência
física, visual ou auditiva irreversível). Com Emenda n.º 01.
PROC.
N.º 3547/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 011/04, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que inclui inciso XVIII no art. 162 e altera a redação
do inciso II do art. 164 da Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de
1999, e alterações posteriores, incluindo no Modelo Espacial do PDDUA novos
equipamentos, vias e alargamento viário que envolva demolições de prédios ou
redução dos Recuos para Jardim, bem como retira do gravame do PDDUA os projetos
de prolongamento e alargamento viário das Ruas Anita Garibaldi e Carlos Huber.
PROC.
N.º 4021/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 176/04, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Bernardo Profes um logradouro público
cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema Green.
PROC.
N.º 5849/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 241/04, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Leonida Carpi um logradouro público
cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, eu dizia ontem da minha
preocupação com a fúria legiferante e repeti hoje. Eu dizia, ontem, que hoje
haveria, em primeiro dia de Pauta, de 20 a 30 Processos. Na realidade, no
primeiro dia de Pauta, nós temos 28 Processos, 12 deles são de denominação de
logradouros.
A denominação de
logradouros, ainda que muita gente interprete diferente, é da mais alta
relevância. Eu só vou dar um exemplo: há loteamentos com ruas “a, b, c, d, x,
y, z“, há loteamentos com ruas “um, dois, três, quatro, oito, noventa”, e há
loteamentos com letras do alfabeto grego. Nós temos, paralela à Av. Carlos
Gomes, onde hoje se situa a SMAM, a Rua Alfa, que não era letra do alfabeto
grego. E havia a Rua Alfa, que era letra do alfabeto grego, lá no Jardim Itu -
se não estou equivocado -, onde mora o Vice-Governador. Muitas coisas eram
entregues na Rua Guadalajara, quando deveriam ser entregues na Rua Alfa, e
outras eram entregues na Rua Alfa quando deveriam ser entregues na Rua
Guadalajara. Acertado o problema, terminou, ninguém mais se incomoda.
Eu fui Secretário de
Governo e lembro a satisfação das pessoas quando podiam apresentar uma guia de
imposto predial, que deveriam pagar, com o seu nome e a rua certinha. Então, é
muito importante para a vida da Cidade, para a empresa de Correios, para cada
um dos cidadãos ter a sua rua não com um número, mas, sim, com um nome,
homenageando uma pessoa, homenageando uma cidade - como eu fiz um Projeto de
Lei homenageando a minha cidade, onde nasci, Vacaria -, uma flor, uma árvore,
enfim, a população ajuda a escolher.
Por isso que esses 12
Projetos... Poderíamos fazer uma alteração na Lei Orgânica - sei que o Ver.
Sebastião Melo pensa igual a mim, acho que há mais Vereadores, Ver. Ibsen
Pinheiro, Ver. Vendruscolo -, nós faríamos uma Emenda à Lei Orgânica, já está
minutada até, para que, se aprovada por unanimidade nas três Comissões que
analisam o processo de denominação de logradouros, não tenhamos que trazê-la
para aprovação do Plenário, a não ser que o Plenário peça que uma determinada
denominação venha, para ser discutida, e aí o Prefeito sanciona - e espera-se
que a Prefeitura coloque as placas. Porque também não adianta dar nomes às ruas
e a Prefeitura não colocar as placas. A Lei Complementar nº 12, que é o Código
de Postura do Município, diz que isso cabe à Prefeitura, como dizia também o
anterior Código de Postura do Município e Código de Edificações, só que a
Prefeitura não vem cumprindo. Vamos ver agora com a nova Administração.
Quanto aos outros
Projetos, em alguns minutos não se poderia fazer a análise de 32 Projetos,
mesmo que 12 fossem de denominações de logradouros. O Ver. Haroldo deseja mudar
a posição da roleta nos ônibus. Eu sei que nós, todos os Vereadores, temos
recebido reclamações, acho que é uma coisa que tem que ser estudada, mas com a
participação dos técnicos. Eu sei que o Ver. Haroldo é homem de diálogo e vai
encontrar a solução para um problema que todos os Vereadores têm recebido
reclamações, quanto à posição da roleta.
Há uma série de
outros aqui, como, por exemplo, mais um Prêmio está sendo criado. Eu disse que
nós tínhamos 76 Prêmios, e o nobre Ver. Nereu D’Avila está criando mais um.
A Verª Clênia
Maranhão está instituindo o Dia Municipal de Luta e por aí em diante. Nós
seguiríamos achando que alguns Projetos poderiam ser dispensados, porque são
simples autorizações - autorizações de que o Prefeito não precisa.
De qualquer forma, eu
acho que este momento, o da Pauta, é o mais importante das nossas Sessões.
Neste período, nós começamos a conhecer os Projetos de Lei emanados do
Legislativo ou do Executivo. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está
com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, hoje, na nova Legislatura, temos o primeiro dia de Pauta, que é
muito importante, porque começam a vir os Projetos que serão votados.
Eu gostaria de
ressaltar alguns como o Projeto do Ver. Beto Moesch e do Ver. Sebastião Melo
que institui o Programa de Proteção aos Animais Domésticos e dá outras
providências. É importante esse Projeto porque temos sérias dificuldades nessa
área. Ainda hoje recebi uma denúncia: numa residência, aqui no Centro, existem
quatro cães que passam o dia inteiro chorando e latindo de fome. E as pessoas
do prédio ao lado não conseguem dormir, porque são quatro cães latindo e
chorando à noite. Deve ser por maus-tratos, ou por fome ou por algum outro
detalhe. Também temos aqui na nossa Câmara uma criação de gatos que não têm os
cuidados necessários, porque esta Casa não tem condições de criar gatos. Esses
gatos estão-se proliferando, trazendo pulgas, trazendo doença, trazendo
dejetos, mau cheiro. Nós temos, Sr. Presidente, que enfrentar essa situação de
uma vez por todas.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos
Nedel, eu conversei com o Presidente e talvez eu saia um pouco do assunto da
Pauta, mas é uma questão de humanidade, Vereador, já que esta Casa presta relevante
trabalho para a nossa Cidade.
Nós recebemos aqui um
pedido de um funcionário da Prefeitura Municipal, hoje aposentado, Sr. Dorval
Barbosa, que foi um excelente trabalhador, e ele necessita de 50 doadores de
sangue, porque ele vai fazer um transplante hepático no Hospital São José, na
Santa Casa. Esse é um serviço de utilidade pública, meu caro Vereador, e eu
pedi este aparte, como já disse, fora da sua comunicação, no seu período de
Pauta. A doação pode ser feita de segunda à sexta-feira das 7h às 18h30min e,
no sábado, das 7h até às 13h. É uma questão de humanidade.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Então, os doadores de sangue queiram se dirigir à
Santa Casa, ao Hospital São José, e doar sangue em benefício do Sr. Dorval
Barbosa.
O Sr. Ervino Besson: Excelente funcionário da Prefeitura, ele precisa de 50 doadores de
sangue. Agradeço a V. Exª, meu colega Ver. João Carlos Nedel.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: O outro Projeto em Pauta é do Ver. Nereu D’Avila
que propõe mais um Prêmio para esta Casa. É evidente que o Prêmio leva um
título de uma personalidade importante do nosso País, que é Leonel Brizola, mas
acho que esta Casa tem que reestudar a quantidade de Prêmios que nós
concedemos; mais um, é difícil!
Também há o Projeto
do Ver. Haroldo de Souza que obriga os estabelecimentos de bingo a destinarem
espaço para fumantes. Projeto que deve ser discutido, mas no meu entendimento
os bingos estão proibidos de funcionar. Eu não sei, agora, que atitude tomar.
Se os bingos estão ou não autorizados; se bingo é jogo ou não é jogo. Mas
sempre é importante.
Retorna o Projeto do
Ver. Luiz Braz que institui o programa social Frente de Trabalho Voluntário nas
comunidades do Município de Porto Alegre. É, realmente, um Projeto de grande
importância social e que deve ser muito bem estudado por esta Casa. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras,
temos, neste primeiro dia de Pauta, inúmeros Projetos de diversos Vereadores,
muitos Projetos, no meu entender, são relevantes e mostram a qualidade desta
Casa.
Eu quero tratar de um
Projeto de minha autoria, mas, rapidamente, vou anotar aqui alguns Projetos que
queremos trabalhar e que entendemos importantes. Um deles é o Projeto do Ver.
Nereu D'Avila que cria o Prêmio Leonel Brizola, Ética na Política. Projeto que
resgata um político que honrou o nosso Estado, com uma trajetória de luta
antiimperialista, no campo popular, democrático, que foi o engenheiro Leonel
Brizola.
Outro Projeto
importante é o do Ver. Beto Moesch, hoje Secretário Municipal do Meio Ambiente,
sobre o reaproveitamento das águas. É um Projeto de peso, relevante.
Também achamos que
merece um estudo e nosso apoio o Projeto do Ver. Haroldo de Souza que trata da
questão das roletas dos ônibus, que hoje são colocadas na parte muito
dianteira, criando uma série de dificuldades para o usuário. Teríamos muitos
outros a que poderíamos nos referir, mas já destacamos esses três. Inclusive,
sobre essa questão das roletas, Ver. Comassetto, nós tivemos muitas discussões
na própria CUTHAB, acordos com a EPTC no sentido de que elas fossem mais
afastadas, que houvesse mais lugares para os idosos, para os que vêm na frente,
creio que uma lei dará uma base impositiva ao que é uma reivindicação.
Gostaria de me
referir ao Projeto que dispõe sobre a colocação de obras de artes plásticas nas
edificações com área igual ou superior a dois mil metros quadrados que venham a
ser construídas no Município de Porto Alegre. Esse Projeto tramita desde 2003,
tem aproveitado contribuições de diversos Vereadores e baseia-se num projeto
similar que existe em Recife há muitos anos e que tem levado a um grande
embelezamento da Cidade. Nós sabemos que a arte, Verª Neuza Canabarro, hoje,
certamente é bastante inacessível às grandes massas populares, e, se há uma
arte que é acessível às massas, é a arquitetura e a arte das ruas. Como diria o
nosso grande poeta: “A praça é do povo como o céu é do condor”. Dessa forma,
essa arte será disponibilizada para a população por meio de monumentos,
mediante este Projeto de Lei, que, temos certeza, será aprovado por esta Casa.
Colocamos a necessidade de que essas áreas de grande volume, dois mil metros
quadrados, tenham em local de visibilidade à população, externamente ou em
espaços internos franqueados ao público, uma obra de arte original executada em
escultura, vitral, pintura, mural, relevo escultórico ou outra forma de
manifestação de artes plásticas sem caráter publicitário.
A Srª Manuela: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Raul Carrion,
no nosso entender, esse é um Projeto de Lei que favorece não só o espaço onde a
obra de arte vai estar colocada - vai unir, como foi aprovado naquele encontro
em 1954, no Congresso dos Arquitetos, a obra de arte de arquitetura e a obra de
arte do artista plástico, do escultor -, como também os artistas do nosso
Estado e do nosso País, que têm poucos lugares de exibição para as suas obras.
Por isso, parabéns pelo Projeto e muito obrigada pelo aparte.
O SR. RAUL CARRION: Agradecemos. Quero também registrar a preocupação do Ver. Adeli Sell,
Presidente da CECE, que já interessado numa bela discussão sobre esse Projeto
propôs a realização de uma reunião na sua Comissão, quando o Projeto der
entrada. Como a CECE agora trabalha pela manhã, certamente outros Vereadores
poderão comparecer, poderemos convidar artistas, pessoas para trazerem as suas
experiências. Realmente, o tempo foi muito limitado, mas esperamos que todos os
Vereadores dêem uma estudada, para que possamos, este ano, aprovar um Projeto
que entendo ser relevante para a nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, vários
Projetos em Pauta vão demandar alguns estudos de nossa parte, como acabou de
dizer o Ver. Carrion. Essa questão da colocação das obras de arte em
construções acima de mil e quinhentos metros quadrados vai colocar e exigir de
nós um bom debate, porque acho que é um tema importante na nossa Cidade. Já
sinalizei o compromisso de fazermos esse debate na Comissão de Educação, Cultura
e Esporte, já que o tema é atinente.
Há alguns outros
temas que estou estudando. Inclusive o Projeto aqui citado do Ver. Luiz Braz é
complexo e merece de nossa parte uma discussão. Estou fazendo um estudo sobre
isso e não vou politizar o debate, vou ver sob o ponto de vista econômico e
social.
Agora eu preciso
discutir aqui o Projeto do Ver. Haroldo de Souza, o Vice-Presidente da nossa
Comissão de Educação. É interessante, Ver. Haroldo de Souza, a hipocrisia deste
País, V. Exª está apresentando um Projeto que quer colocar um espaço reservado
para os fumantes nos bingos. Vem o Ver. Nedel, não é nenhum demérito nisso, e
pergunta se os bingos são legais, se existem ou não existem. A questão toda é a
seguinte: é hipocrisia não legalizar o jogo. Essa é a questão, porque eles
existem. Várias ações foram feitas, e os bingos continuam funcionando, as
pessoas continuam jogando. Eu não jogo, eu não gosto de jogo, mas quero a
legalização de todos os jogos no Brasil.
O jogo do bicho
existe e desvirtuou-se em alguns momentos por causa de uma senhora carola, a
digníssima esposa do General Dutra, não foi isso que aconteceu? Não foi assim
que aconteceu com o jogo do bicho colocado em ilegalidade? Por hipocrisia, por
conservadorismo.
A televisão mostrou
dias atrás, Ver. Haroldo, um Cruzeiro que chega em cidades turísticas do
Brasil, Ilha Bela, etc e tal, com show de Roberto Carlos, quando chega no
Porto, o cassino fecha. As pessoas entram, podem fumar em qualquer lugar, no deck,
etc e tal. E, quando sai, o cassino volta a funcionar. O Brasil perde impostos,
o Brasil não ganha nada. E descobri, Ver. Haroldo, fui pesquisar, acessei à
Internet e fiz uma busca de cassino. Vossa Excelência sabe que pode entrar na
Internet, entrar em um cassino virtual com o jogo real e já sair jogando se
quiser? E o dinheiro dos nossos impostos não vêm para o Brasil.
É um absurdo que a
gente não discuta essa questão! Alguma coisa existe. Interesses existem. Há
Projetos no Congresso Nacional, inclusive da Senadora Ideli, e não se vota. Há
Medida Provisória, e eu não sei como é que ficou. Eu quero discutir essa
questão. O Ministério Público faz investigação e botou gente na cadeia, já
tinham que estar na cadeia há muito tempo! Agora, é o seguinte: vamos “separar
o joio do trigo”, é muito bom que o Vereador coloque essa discussão sobre
espaços para fumar nos bingos, porque os bingos existem.
O Sr. Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Além disso, Ver.
Adeli, toda essa ilegalidade que existe joga esses setores do bingo, do bicho
em direção às delinqüências, tráfico de drogas e de armas. Obrigado.
O SR. ADELI SELL: Exatamente, permanecendo na ilegalidade, vai fomentar a criminalidade, a
picaretagem e a trambicagem. Então nós queremos bingo funcionando, com espaço,
inclusive, para fumantes. Eu estou em campanha aqui contra o cigarro, inclusive
para com dois colegas da Comissão, o Ver. Haroldo e a Verª Manuela, pois sou
antitabagista. Mas existe e, enquanto existir, tem de ter esse espaço. Temos
que discutir, parar com a hipocrisia. As pessoas têm de assumir as suas
posições. Eu vou votar favoravelmente e vou usar esta tribuna, Ver. Haroldo, se
for preciso, na próxima vez que discutir a Pauta. Eu vou discutir de novo,
porque quero que aqueles que estão nos vendo na TVCâmara e a imprensa que está
nos acompanhando saibam que nós somos contra a trambicagem, a sonegação, o
crime organizado, a sonegação, a pirataria, o contrabando... Agora, o seguinte:
jogo legalizado no Brasil, imposto para fazer obra social e fiscalização.
Separem o joio do trigo que este País vai para frente! Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO: Presidente desta Casa, Ver. Elói
Guimarães; Vereadoras, Vereadores, povo que nos acompanha nas galerias; assim
como outros colegas que me antecederam, quero registrar a importância de vários
Projetos.
Possivelmente vamos
ter a aprovação desse Projeto do Ver. Dib, dada a sua importância. No seu PLCL
nº 011/04, o Ver. Antonio Dib trata mais precisamente do alargamento viário que
envolva a demolição de prédio ou redução dos recuos para jardim.
O Ver. Luiz Braz traz
um Projeto de importância também, quando institui o programa social Frente de Trabalho
Voluntário nas comunidades, é um assunto que está muito em voga, possivelmente
vamos ter sucesso.
Também há o Projeto
do Ver. Ervino Besson que estabelece normas para instalações hidrossanitárias e
serviço público de abastecimento de água e esgoto sanitário prestado pelo
Departamento Municipal de Água e Esgoto. Sabemos que o Vereador fez há poucos
dias uma vistoria no Centro de Porto Alegre e constatou, como nós já
constatamos, a falta de sanitários.
O Ver. Haroldo de
Souza no seu Projeto torna obrigatória a instalação de caixa-eletrônico próprio
para atendimento a deficientes físicos. Caro colega Vereador, quero dizer que
fiquei perplexo quando li o seu Projeto e dei-me de conta de que há uma lacuna
nesse sentido; realmente, os bancos não estão aparelhados para atender os
deficientes físicos. Esta Casa, através da Procuradoria, já deu Parecer
favorável, e nós acreditamos que os nossos colegas aqui vão seguir nessa linha.
Eu fico a me perguntar como é que os bancos e as casas comerciais ainda se atrevem
a construir e abrir os seus negócios sem atender essas condições mínimas e
necessárias aos deficientes físicos. Sabemos que, no Brasil inteiro, os
condomínios residenciais estão-se aparelhando para atender os deficientes
físicos. E eu fiquei surpreso ao me dar conta de que os nossos bancos não estão
aparelhados para o atendimento dos deficientes físicos. Está de parabéns o
nosso colega Ver. Haroldo de Souza, tenho certeza de que os demais colegas
acompanharão a sua idéia. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à
O SR. MARIO FRAGA
(Requerimento): Proponho que os Requerimentos
sejam votados na seguinte ordem: nº 041/05; nº 056/05; nº 061/05; Requerimento
s/nº, do Ver. Nereu D’Avila, e Requerimento nº 055/05. Era isso num primeiro
momento.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu
havia solicitado em Sessão anterior que Requerimentos e Moções fossem
distribuídos com 48 horas de antecedência, para que pudéssemos votar com
consenso. E agora há um parágrafo do Regimento Interno, no art. 104, que diz
(Lê.): “O Presidente, com antecedência mínima de 48 horas, distribuirá aos
Vereadores a matéria da Ordem do Dia, contendo” - entre outras coisas -
“informações necessárias ao esclarecimento do Plenário.” E o art. 105 diz
(Lê.): “x - Requerimentos de Vereadores”. Portanto, solicito distribuição dessa
matéria, porque eu não recebi e não me considero em condições de votar.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Eu respondo à indagação do Ver.
João Antonio Dib. Evidentemente, há fundamento regimental para o Requerimento
de V. Exª. Ponderaria, Ver. João Antonio Dib, se podemos estabelecer isso,
talvez, a partir da próxima Sessão. Na forma do Regimento, evidentemente,
material que ingressa na Ordem do Dia, se não houver consenso, deve ser
entregue aos Srs. Vereadores 48 horas antes; é a disposição inquestionável do
Regimento.
Ver. João Antonio
Dib, estou concordando com V. Exª, estou dizendo que é posição indiscutível,
inquestionável do Regimento que 48 horas antes deve ser distribuído o material
que vai ingressar na Ordem do Dia. Ponderaria a V. Exª - é bom que todos os
Vereadores entendam essa alteração em relação a esse precedente, porque muitas
vezes surgem situações emergenciais que reclamam um acordo no que respeita ao
não-cumprimento das 48 horas - se assim V. Exª entender, e esta Presidência
ficaria extremamente agradecida, se podemos estabelecer essa regra a partir da
próxima Sessão.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Nobre Vereador-Presidente, aplaudo o bom senso de
Vossa Excelência. Na realidade, quase é tradição na Casa fazer o que está sendo
feito até agora. Estabelecemos a partir da próxima Sessão, respeitando o
Regimento, e este Vereador fica muito satisfeito, mas que Moções e Requerimentos
venham circunstanciados para que nós possamos decidir.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Então, fica estabelecido - e
quero fazer claro, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras - que, a partir
da próxima Sessão, matéria que vai para a Ordem do Dia deverá estar em mãos dos
Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras 48 horas antes. É bom que
fique claro, pois haverá situações emergenciais, etc. Hoje ainda vamos
continuar com os precedentes, mas, a partir da próxima Sessão, vamos adotar o
critério que é a aplicação do Regimento.
A SRA. MARIA CELESTE
(Requerimento): Sr. Presidente, solicito a
inclusão de dois Requerimentos que fiz no início da Sessão e que não aparecem
no espelho. O Diretor Legislativo pediu que eu os anunciasse na Sessão,
obviamente só vamos poder avaliar na próxima. O primeiro inclui o art. 65-A na
Lei Orgânica do Município, estabelecendo critérios para estabelecimento de
reajuste dos subsídios dos Vereadores. O segundo Requerimento, Processo nº
1.246/05, altera a redação do art. 1º, revoga o art. 3º da Lei nº 9.607, de 21
de setembro de 2004. Para entregar a Vossa Excelência.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Por obséquio, esses Requerimentos
que V. Exª está lendo estão aqui nesta relação?
A SRA. MARIA CELESTE:
Não estão nesta relação.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): V. Exª está trazendo
Requerimentos para serem incluídos agora?
A SRA. MARIA CELESTE:
Eu os entreguei no início da Sessão para que fossem
incluídos na ordem de votação de hoje. Lamentavelmente, ainda por essa questão
que estamos discutindo, de que os Vereadores possam avaliar com antecedência,
então estou anunciando-os e entregando-os, em mãos, ao Sr. Presidente, para que
na próxima Sessão possamos abordá-los.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Há consenso sobre os dois Requerimentos?
A SRA. MARIA CELESTE:
Estou encaminhando Requerimentos para discussão e
votação na próxima Sessão, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Vamos apregoar aqui, também
excepcionalmente, dois pedidos de urgência para apreciação dos Requerimentos
firmados pela Verª Maria Celeste: um altera a redação do art. 1º e revoga o
art. 3º da Lei nº 9.607, de 21 de setembro de 2004, e o seguinte inclui o art.
651 na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, instituindo critérios para o
estabelecimento e reajuste dos subsídios dos Vereadores.
Apregôo as duas matérias em regime de
urgência. Vamos fazer um apelo aos Srs. Vereadores e Sras Vereadoras
no que diz respeito ao Requerimento formulado pelo Ver. João Antonio Dib para
que as proposições da Ordem do Dia estejam à disposição dos Srs. Vereadores e
Sras Vereadoras 48 horas antes de serem votadas. Excepcionalmente,
portanto, vamos colocar em votação a ordem solicitada pelo Ver. Mario Fraga.
Em votação o
Requerimento nº 041/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o
Requerimento nº 056/05. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento nº 056/05.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, aqueles que nos assistem pela TV Câmara; com todo o respeito, nobre
colega Verª Neuza Canabarro, eu queria fazer um apelo aqui em relação ao
proposto, pelo seguinte, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras: na
própria matéria em que é feita uma das denúncias constam, já da devolução em
retorno de viagem, por parte do Ministro Tarso Genro, as respectivas diárias
que sobraram, tendo em vista que os Ministros ficaram alojados nas Bancadas. Há
aqui outros documentos comprobatórios da devolução, como do Ministro Jaques
Vagner. Passo a ler (Lê.): “Confirmamos que recebemos de Vossa Senhoria,
através de Processo nº 00200.000034/05-61, o valor de R$ 768,00, referente à
restituição de diárias no período de 20-10-04 a 22-10-2004”.
Eu quero dizer que,
com base em matérias de alguns articulistas, não dá para fazer uma Moção de
Repúdio, uma Moção que crie injustiça. Eu daria todo o meu apoio e concordância
se a situação fosse real, verdadeira e se tivesse seus fatos conclusos. Todos
os Ministros, Dra. Neuza, devolveram os recursos, e nós temos aqui a
documentação que conseguimos da maior parte dos Ministros e que pode ser
acessada por todos os Vereadores.
Portanto, nós não podemos fazer práticas de
denuncismos ou mesmo produzir injustiças e inverdades. Talvez as matérias
tenham origem nos documentos, mas não houve sequer o tempo da complementação do
retorno dos atos dos Srs. Ministros, que praticaram a devolução. E todos eles,
conforme levantado, realizaram essa prática, e isso só é possível realizar no
retorno, depois que uma viagem se concluiu, a partir da necessidade do uso ou
não das respectivas diárias.
Eu quero dizer que,
quando Diretor do DMAE, fui convidado para ir à Costa Rica, e, chegando lá,
devolveram-me todo o recurso que eu tinha de diárias, era 1.400 dólares. Eu
tive um trabalho imenso, levei quase 15 dias para devolver o dinheiro para os
cofres da minha autarquia, porque isso tem que ser processado, é um ritual
bastante complicado, mas é possível, e aqui estão os documentos probatórios da devolução.
Portanto, se a Casa
votar dessa maneira como está, nós estaremos produzindo uma injustiça. Apelo
para o bom-senso, para o equilíbrio necessário, que esta Casa sempre teve, para
que não votemos da maneira como está, porque não é real, não é justo e não é
leal; os fatos estão aqui para provar que os recursos já foram devolvidos.
Muito obrigado. Espero que os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras considerem
esta que é uma forma de apelo, uma forma de sensibilização, Verª Neuza, para
uma questão que eu creio que não valha a pena votar por votar, porque é um lado
ou outro de situação ou de oposição, apenas para produzir mais um fato
político. Isso não engrandece esta Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Neuza Canabarro está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 056/05.
A SRA. NEUZA
CANABARRO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, hoje estamos aqui com uma Moção de Repúdio aos Ministros e aos
Secretários do Governo Lula que embolsaram as diárias secas. Por que razão?
Receberam as diárias, mas se hospedaram nas Embaixadas; e as devolveram depois
que a denúncia foi divulgada pela imprensa.
Há poucos dias, na
semana passada, nós tivemos uma Moção de Repúdio, do Partido dos Trabalhadores,
aos Deputados Estaduais que destinaram verba de Assistência Social do seu
gabinete a funcionários e parentes. Vejam bem! Um Deputado tinha dado verba a
um funcionário, pois o seu salário era inferior à mensalidade que ele pagava no
curso universitário. O Deputado, sensibilizado, destinou o recurso para que
esse funcionário pudesse ser habilitado e ficasse cada vez mais competente.
Naquele dia, quando
eu ouvi a argumentação do Partido dos Trabalhadores, eu pensei: todos os
Deputados devolveram, mas devolveram porque foram denunciados; e não tinham
embolsado, aquele recurso não foi para o bolso deles, como no caso dos
Ministros. Os Ministros do Governo Lula colocaram as diárias no bolso! É uma
grande diferença! Eu diria, então, que é imoral.
Ver. Todeschini, eu
lembro um mestre chinês que, preocupado com um dos seus discípulos que era
muito arrogante, muito explosivo, pois brigava e magoava as pessoas, chamou-o e
disse-lhe: “Meu filho, por que tu fazes isso? Tu estás magoando as pessoas.” E
o discípulo respondeu ao mestre: “Eu faço, mas me arrependo e peço desculpas.”
O mestre disse-lhe o seguinte: “Eu estou te dando esse pedaço de madeira
virgem. Para cada pessoa que tu ofenderes, em vez de tu pedires desculpas, tu
pões um prego aqui.” Ele ofendia, magoava as pessoas e, após, pregava um prego
na madeira até o fundo. Passado algum tempo, o discípulo amadureceu,
arrependeu-se de tudo o que tinha feito e disse ao mestre: “Mestre, e agora o
que eu faço? Eu estou com esta madeira toda cravada de pregos e não consegui me
recuperar com aquelas pessoas que eu magoei. Eu vou pedir desculpas a um por
um.” O mestre respondeu-lhe: “Muito bem, vai lá e, a cada um que tu pedires
desculpas, tu retiras um prego da madeira.” Ele foi, foi, até que um dia ele
voltou, mostrou a madeira ao mestre e disse o seguinte: “Já não tenho mais
nenhum prego.” O mestre respondeu-lhe: ”Mas não é mais a mesma madeira. Ela
está toda furada. O que tu cometestes às pessoas não tem desculpas.”
Portanto, não tem
desculpa e nem tem devolução. A intenção já estava configurada. Por essa razão,
Ver. Todeschini, eu conto, pela coerência da nossa batalha, pela ética, pela
moral, para recuperar junto à opinião pública o valor que deve ter um político,
porque nós estamos muito desacreditados, com o apoio do Partido dos
Trabalhadores na aprovação dessa Moção. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 056/05.
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu subi à tribuna por ficar sensibilizado com o
discurso do nosso colega Todeschini. Ele me deixou com o coração na mão. Fez-me
lembrar de Iraí, onde havia um sujeito que se passava por padre, e, um dia,
descobriram que ele não era padre. Ele também queria a clemência da forma como
V. Exª solicitou aqui aos Parlamentares. Só o que faltava agora, caro Vereador,
é alguém agir de forma errada e, depois de descoberto, pedir desculpa e ser
perdoado.
Esta Casa já cassou
Vereadores ou Vereadoras, se não me falha a memória, por coisa semelhante. Se
assim valesse, se valesse o seu pronunciamento, teria valido para ela ter feito
a devolução e pronto. Caro Vereador, a sua desculpa, sinceramente, deixou-nos
muito entristecidos, porque, se formos seguir essa linha aqui - meu Deus do
céu! -, estaremos incentivando o crime, com todo o respeito, porque pegar
dinheiro público sem ter o direito de pegá-lo é crime. Os nossos cumprimentos,
Vereadora, pela sua Moção. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está
com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 056/05.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, o que dizer das Moções que esta
Casa analisa? Qual o valor que elas têm? O que acontece perante a população que
nos ouve e nos acompanha? “Todos os políticos são iguais.” Ontem o lado de cá
queria agredir o lado de lá. E agrediu. Hoje o lado de lá revidou. Claro que
são coisas equivocadas matematicamente, mas será que foi crime? Será que não
foi um equívoco, pura e simplesmente? Por que teríamos que perder o nosso tempo
com Moção que gera emoção, reação e agressão? Hoje estamos no momento da
reação. Mas nós reagimos atacando um ao outro por algo que não tem
significância, porque não acredito que um Ministro de Estado faça a tolice de
se apoderar de quinhentos, mil ou dois mil reais; eu não acredito que um
Deputado Estadual faça a tolice de distribuir mal 25 mil reais. Mas fazem, é
humano, eles são humanos!
O que me deixa muito
impressionado nesta Casa é que nós vimos o Jardim Leopoldina ser comprado pelo
dobro de preço, e a Casa não fez nada! E não havia dúvidas de que era o dobro
do preço. Uma comissão com os melhores nomes do Estado lá estava, inclusive o
Deputado Alceu Collares, na época, Prefeito da Cidade; todas as assinaturas - a
do Senador Pedro Simon, que era o Governador -, todas dizendo que valia 0,6 CUB
o metro quadrado. Compraram por 1,2 CUB. Eu sempre perguntei aqui quem ganhou.
Claro que a empresa não tinha culpa, estava com dificuldades, superou-as,
entregou seu patrimônio. Claro que a Caixa Econômica se ressarciu dos prejuízos
que tinha, mas alguém da Prefeitura tinha ganho. Tudo o que eu fiquei sabendo -
e foi aqui, quando quiseram homenagear ou criar a Semana da Casa Popular - é
que aquele que ganhou ia ser expulso do Partido e saiu antes. Mas não foi só
um. Isso nós não apuramos, nós perdemos tempo, mas muito tempo, e nunca ficamos
sabendo daquele incinerador de lixo que foi pago e que nunca foi entregue. Nós
nunca entendemos como a balança quebrou e, antes de quebrar, pesava 14
toneladas de lixo. Quebrou, passou a dar 17 toneladas de lixo por caminhão. Nós
não fomos a fundo nisso, nós temos muito tempo a perder com Moção...! Isso não
produz! Isso não leva a nada, a não ser fazer com que pessoas que se apreciem
mutuamente de repente não se olhem mais nos olhos.
Nós temos muito mais
o que fazer! A Cidade precisa do nosso trabalho, da nossa experiência, da nossa
seriedade, da nossa competência, mas não podemos gastar o nosso tempo em
Moções! Nós precisamos votar a Área Rural, que não foi votada; nós precisamos
votar a simplificação para regularizar imóveis, e não foi votada. Nós ficamos
votando Moção, Moção, Moção e agressão, agressão, agressão. Eu só posso
lastimar, e lastimar profundamente, que isso esteja ocorrendo na Casa do Povo
de Porto Alegre, e o povo espera muito de nós. São 36 Vereadores! Eu sempre
achei que deveriam ser só 21. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Mario Fraga está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 056/05.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, venho a esta tribuna, em nome do PDT, como Líder da Bancada, para
defender o Requerimento da Verª Neuza Canabarro, para parabenizá-la por este
Requerimento e também para me penitenciar, pois na última Sessão, Verª Neuza
Canabarro, havia a Moção de Repúdio contra os nossos Deputados, e eu, como
Líder da Bancada, estava encaminhando, dentro da nossa Bancada, para votarmos
contra, quando V. Exª me convenceu do seu voto. Nesse momento, então,
nós liberamos a Bancada. V. Exª e o Ver. DJ Cássia Gomes votaram favoravelmente
aquele Repúdio, e nós votamos contrariamente.
Subo a esta tribuna
para dizer aos novos que esta Casa é muito dinâmica. Nesta Casa, Verª Neuza
Canabarro, nada como um dia depois do outro. Já que V. Exª veio com aquele
provérbio tão sábio, eu trago um provérbio nosso que diz: “Nada como um dia
depois do outro”. Vossa Excelência votou com o PT e, com certeza, hoje, com o
mesmo foco, V. Exª não terá o apoio da Bancada do PT.
Eu subo à tribuna, em
nome do PDT, para dar os parabéns a V. Exª e dizer que a nossa Bancada está
fechada com Vossa Excelência. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, Ver. João Dib, exatamente como V. Exª se
expressou aqui na tribuna, eu também já manifestei a minha opinião de que não
sou favorável às Moções. E tenho conversado com outros Vereadores aqui na Casa
que também são contrários às Moções, porque um espaço muito rico da Casa é
perdido; em vez de discutirmos as questões principais do nosso Município,
acabamos apenas nos digladiando e talvez nos ofendendo, um grupo ofendendo o
outro.
É certo que isso faz
parte do Regimento, e, enquanto nós não o tiramos do Regimento, principalmente
a Bancada petista tem-se aproveitado muito disso para atacar tanto o Governo
Municipal quanto o Governo Estadual; até mesmo o ex-Presidente Fernando
Henrique e os seus Ministros têm sido atacados constantemente por essas ditas
“Moções”.
Então, já que existem
muitos ataques vindos do PT, torpedos em direção aos outros segmentos, é justo
que, de vez em quando, saturados, também os Vereadores de outros segmentos que
não o petista acabem achando-se no direito de colocar as suas Moções e
endereçar, também, os seus exocets em direção aos petistas.
O Ver. João Dib disse que no caso, por exemplo, do
Jardim Leopoldina a Casa não fez nada. Não, a Casa fez, fez uma CPI, só que o
PT acabou atuando e inviabilizando essa CPI. Lá existia o banditismo, lá
existiam, na verdade, favorecimentos - de petistas -, havia gente que
trabalhava no PT e que tinha apartamentos, gente que vendia e fazia negociatas.
Tudo foi denunciado aqui, denunciado nas CPIs, mas nada foi feito! Mas não
porque a Casa não quis! A Casa fez uma CPI, mas foi batida, na verdade, pela
estratégia do PT para bloquear os efeitos da CPI.
Mas, com relação a
esta Moção da Ver. Neuza Canabarro, assinada por outros Vereadores, denunciando
um fato que é ilegal e imoral... Com certeza, se alguém pega uma diária que não
é uma diária pequena, a diária é de 400 dólares... Uma diária de 400 dólares
não é meia dúzia de reais que alguém vai apanhar e não saiba o que fazer! Um
Ministro que esteja constantemente viajando, Ver. Nereu, imagine V. Exª quantas
vezes ele põe a mão nessa diária de 400 dólares! Eles vão e embolsam essa
diária, e, só quando isso é denunciado, resolvem os Ministros devolver o
dinheiro! E isso não foi ninguém daqui, nenhum Vereador do lado de lá, daquela
banda de lá que acabou denunciando... Não! Foram os jornais, foi a imprensa,
foram os Deputados, eles é que denunciaram!
Então, eu acredito
que esses Ministros do Governo Federal, esses Ministros de agora - de agora -
agiram de forma imoral, porque apanharam uma diária, foram se hospedar na
Embaixada, não gastaram o dinheiro e o embolsaram! Ora! Mas pelo amor de Deus!
Assim como eu acho imoral que, de repente, estejamos emprestando dinheiro para
outros países menos aquinhoados e deixando aqui o nosso povo passando fome! As
crianças ali das nossas Ilhas ainda tomam sopa de papelão, e nós estamos
emprestando dinheiro lá para o Haiti, para outros países aí, para que eles
possam fazer frente a seus problemas! É claro, nós reconhecemos que temos de
dar todas as condições possíveis para que os nossos irmãos lá fora também
possam sobreviver! Mas, primeiro, vamos tentar resolver o problema da nossa
fome aqui! Não vamos fazer essa demagogia que é feita constantemente com o
dinheiro público!
E não vamos permitir
que imoralidades como essas praticadas pelos Ministros do Governo Lula possam
vir a ser vitoriosas, sem que nós, pelo menos, aqui nos manifestemos de forma
contrária dizendo à população: “Desse jeito que está não dá para ficar”. Esses
Ministros não são tão honestos quanto querem parecer, infelizmente, para todos
nós.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Manuela está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 056/05.
A SRA. MANUELA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, o nosso Partido, o Partido
Comunista do Brasil, utiliza, Verª Neuza, um peso e uma medida para analisar as
Moções, os Projetos de Lei e todo e qualquer debate que passa das instâncias
partidárias a este Plenário.
Se essa, de fato,
fosse uma Moção que condenasse o uso indevido de dinheiro público, com certeza
a nossa Bancada, mesmo sendo uma Bancada que compõe, que participa, que
acredita no Governo Federal e o sustenta, votaria a favor. O fato é que essa
Moção, a começar pelo seu título... Para situá-los, leio: “Moção de Repúdio
pelo uso imoral e ilegal de recursos públicos...” O fato é que, como comprova a
própria matéria que aqui está anexada, como comprovam os documentos que o Ver.
Todeschini trouxe a esta tribuna, esse uso de recursos não é uso ilegal.
Explico menos aos nobres Pares e mais àqueles que nos assistem pela TVCâmara ou
que fazem parte destas galerias: toda e qualquer pessoa em viagem oficial
recebe as suas diárias e, não gastando, devolve o dinheiro público recebido. Os
Ministros e os Secretários, aqueles que fizeram, que receberam recursos,
devolveram, e nada consta nas matérias - tenho o Requerimento aqui em minhas
mãos - de que essa devolução foi feita após as acusações. Essa devolução, na
opinião do nosso Partido, teve um trâmite tranqüilo, normal das operações do
Governo Federal. Inclusive, essa é a parte que mais me chama a atenção.
Por que afirmei que
nós usamos aqui um peso e uma medida para tratar dessas questões? Porque essas
mesmas matérias, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, apresentam que esse não é
um fato novo na história do nosso País, que, nos oito anos de Governo Fernando
Henrique Cardoso, essa era uma prática corriqueira, está escrito nas mesmas
matérias anexadas. A diferença é que aquele dinheiro não foi devolvido aos
cofres públicos, aquilo, sim, eram diárias secas, aquelas eram diárias que iam para
os bolsos daqueles que faziam parte do Governo Federal nas duas gestões de
Fernando Henrique Cardoso.
Tenho aqui uma nota
da Casa Civil, do Governo Federal, do Governo do companheiro Lula, em que se
afirma que o Governo Lula não rouba e não deixa roubar. Isso não é mero
discurso, não é retórica, isso pode ser verificado por atitudes firmes, por
posições e por práticas de um Governo, como são as práticas de incremento no
número de policiais federais para averiguar situações de corrupção. Como pode
ser averiguada também, Ver. Paulo Odone, na reorganização do Coaf - Conselho de
Controle de Atividades Financeiras -, que o Governo Lula reativou. Consta que o
Coaf investigou 94 denúncias, contra 24 casos - apenas 24 casos - que foram
apresentados durante o Governo Fernando Henrique. O Governo Lula é o Governo
que acabou ou que começa acabar e a liquidar com a máfia do Judiciário por
intermédio da Operação Anaconda; é o Governo que conseguiu liquidar com a
corrupção da máfia do sangue neste País.
É por isso que nós,
da Bancada do Partido Comunista do Brasil, votaremos contra esta Moção que, na
nossa opinião, é, infelizmente, um jogo da política desta Câmara, daqueles que
são contra as mudanças do nosso País com o Governo do Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 056/05.
O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não
pretendia me pronunciar sobre esta matéria. (Pausa.) Se o Ver. Carrion me der
licença, eu até posso continuar. Eu sou da Bancada do Ver. Ibsen Pinheiro, a
gente gostaria de debater as coisas da Cidade, as coisas que interessam ao
Município, e a gente está espantado, porque aqui se debate a ONU, debate-se o
mundo, debate-se o planeta, mas Porto Alegre não. Em todo caso, como o assunto
é ética, e eu fui nominado pela ilustre Verª Manuela, sou obrigado a vir aqui.
E fico espantado,
primeiro, porque descobri que a Verª Manuela não vai votar a favor da Moção,
porque, embora a apropriação seca dessa verba seja imoral, é legal; é imoral e
legal. E assim ela resolveu ter o respaldo para não precisar votar contra, ou
seja, ela é pela legalidade absoluta mesmo que seja junto à imoralidade
absoluta. Porque embolsar diária de 460 dólares no bolso e hospedar-se na
Embaixada do Brasil, se não é ilegal, duvido muito que não seja, é uma
imoralidade muito grande.
Mas pode ser que não
seja isso só. Não, no Governo FHC também fizeram isso, então no Governo Lula
vale também. Se foram imorais no passado, vamos ser imorais agora, valendo
tudo, maravilha, está tudo liberado, Ver. Dib! Foram imorais durante oito anos
no Governo FHC, por que não agora no Governo Lula? Que história é essa de tirar
o direito da imoralidade a essa gente! Eu me espantei porque teria um pouco de
vergonha de expor esse tipo de argumento aqui. Porque o rigor ético da Bancada
do PT e das Bancadas que compõem a Frente Popular, que sempre quiseram ser os donos
da ética neste País, não admitiria discutir a matéria. Mas, de repente,
confessar que seja imoral, mas legal, que se roubou mais no passado por que não
roubar agora...!? Por favor, aí caiu tudo!
Então, eu vou
continuar convidando, quem sabe, vamos discutir um pouquinho de Porto Alegre e
parar de fazer essa disputa de quem é que roubou mais ou menos, ou quem é mais
ou menos imoral ou moral, o que é legal ou não. Verª Neuza, V. Exªcontribuiu,
pelo menos, para a gente mostrar que esse tipo de discussão pode servir para
oportunismo ou para o que seja, mas não para resolver o problema da nossa
Cidade e o problema da ética neste País. Aliás, quando a gente ouve os
pronunciamentos que houve aqui contra a Moção, a gente tem uma aula de
antiética. Eu acho que V. Exª deu uma contribuição. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada
pelo Ver. Mario Fraga, o Requerimento nº 056/05. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 16 votos SIM, 08 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
O SR. IBSEN PINHEIRO:
(Lê a Declaração de Voto.) “O presente Requerimento
implica repúdio ao uso ilegal de recursos públicos, o que é adequado e justo, e
mereceria o voto favorável deste Vereador, mas também implica formalização de
um juízo temerário sobre fatos complexos de que não tem a Casa cabal
conhecimento. É vício que resulta da idéia de Moção sobre tema alheio à
competência da Casa e que leva o signatário a um voto que arrepia ao seu gosto
na ação política, mas é o único apropriado à situação criada: a abstenção. Esse
é o meu voto.”
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em votação o Requerimento nº
061/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO com a abstenção do Ver. João Antonio Dib e do Ver. Haroldo de
Souza.
Em votação o
Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, da Verª Maristela Maffei e
da Verª Maristela Meneghetti, que requer Regime de Urgência para o Processo nº
5.767/04 - PLCL nº 017/04. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra
para encaminhar.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Eu acho que a solicitação de Regime de Urgência
para projeto de lei ou projeto de resolução não pode integrar a relação de
Requerimentos, senão os requerentes pedem pelo art. 81, o que é muito pior.
Então eu acho que o Requerimento de Urgência deve ser votado na hora em que é
recebido. É uma sugestão e não está no Regimento.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de
autoria do Ver. Nereu D’Avila, da Verª Maristela Maffei e da Verª Maristela
Meneghetti. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Eu gostaria,
aproveitando a colocação do Ver. João Antonio Dib, de dizer que não foi isso
que entendemos com a sua proposição anterior, Vereador. Toda matéria que viesse
à Ordem do Dia prescindiria de 48 horas. Eu estou colocado porque estamos
abrindo uma exceção, senão vamos abrir “n” exceções. Só para deixar claro.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: O que eu disse é que ele não pode integrar o rol de
Moções e emoções e contradições. É uma matéria que deve ser votada independente
de tudo isso aí.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Então nós vamos ter de
estabelecer um entendimento, porque fomos claros: matéria de Ordem do Dia, na
forma do Regimento, prescinde de 48 horas antes para ser submetida à votação.
Mas vamos examinar oportunamente a matéria.
Em votação o
Requerimento nº 055/05. (Pausa.) O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
encaminhar a votação.
O SR. RAUL CARRION: Exmo
Sr. Presidente Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
este será um encaminhamento bem rápido porque houve uma certa confusão na
Ementa desta Moção. Eu vou ler rapidamente o teor da Moção, que é o que
interessa, o que nós votamos (Lê.): “Moção de Solidariedade. Não pode esta
Câmara de Vereadores calar-se frente a mais um ato frio e cruel que vitimou
dois trabalhadores na Cidade de Goiânia/GO na manhã do dia 16/02/05 e feriu
duas centenas, muitos à bala, deixando outros em estado grave. Desta forma
foram brutalmente assassinados: Wagner da Silva Moreira e Pedro Nascimento da
Silva, e houve outros tantos feridos, quando buscavam garantir o direito
constitucional de morar, com quem nos solidarizamos. Assim, ao mesmo tempo em
que externamos nosso pesar pelas mortes ocorridas e por aqueles que ainda
correm sérios riscos, nos somamos a todos aqueles que reivindicam a apuração
desses crimes, com a punição dos culpados”.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. JOÂO ANTONIO
DIB (Questão de Ordem): Está sendo votada
uma Moção de Solidariedade pelas mortes ocorridas em Goiânia?
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): É o que consta no teor do
Requerimento. É isso que apregoei e está sendo votado.
O SR. RAUL CARRION: Houve uma certa confusão na elaboração da Ementa pelo Setor de
Protocolo. Isso foi trabalhado com a Diretoria Legislativa, há uma Ementa que
não é de solidariedade com as mortes.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Acho que isso está esclarecido
com a manifestação de Vossa Excelência.
O SR. RAUL CARRION: Isso.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, eu entendi que o Ver. Carrion e os outros
Vereadores que assinaram essa Moção não quiseram um confronto com os outros
Vereadores da Casa e resolveram escrever essa Moção como de solidariedade. Eu
tenho a impressão de que a idéia primeira deveria ter sido uma Moção de
Repúdio.
É claro que somos
solidários com todas as pessoas que sofrem, com todas as pessoas que precisam
de solidariedade. Mas eu não vejo a mesma solidariedade estampada nos olhos do
Ver. Carrion e dos outros Vereadores, quando, por exemplo, o Movimento dos Sem
Terra assassina pessoas que entram nos seus locais de invasão ou pessoas que
são humilhadas por esses que formam o Movimento dos Sem Terra. Parece que esses
não fazem parte da sociedade. O mesmo Governo Federal, que envidou todos os
esforços possíveis para averiguar os assassinos da Irmã Dorothy, não fez
absolutamente nada para prender e punir os assassinos de um policial
pernambucano que perdeu a vida no Movimento dos Sem Terra. Eu não vi também a
mesma compaixão, a mesma solidariedade, quando, no assentamento dos sem-terra,
no Rio de Janeiro, pessoas contrárias ao Movimento, ou pessoas que estavam lá
naquele momento, foram assassinadas, foram humilhadas, foram massacradas.
Parece que é só de um
lado que tem que ter solidariedade, parece alguns comentários que eu ouço sobre
aquela Revolução de 64. Os que estavam de um lado merecem tudo, mereceram até
enriquecer. Uns, do PCdoB, receberam 2 milhões de reais; outros, do PSB, 1
milhão e 200 mil reais e mais salários gordos por toda a vida. Estão
milionários. Eu não vi absolutamente nada que pudesse ter acontecido com eles.
Os outros, pessoas que perderam a vida trabalhando, policiais daquela época,
soldados, pessoas simples, que não estavam envolvidas politicamente em nenhum
episódio, esses continuam absolutamente na miséria, suas famílias não foram
atendidas, assim como, por exemplo, aquele soldado que morreu em São Paulo,
vítima de um atentado perpetrado pelo atual dirigente do PT, José Dirceu, que
empurrou um carro-bomba ladeira abaixo e matou um soldado. Esse não foi digno
de compaixão, para esse não há solidariedade.
Então, não pode
acontecer esse discurso que venho ouvindo já há muito tempo e que é válido
somente para um lado e para o outro não é, em que só as pessoas vinculadas a
esses movimentos radicais de esquerda é que merecem solidariedade. Sabe por
quê? Porque eles gritam, porque eles pulam, porque eles esbravejam, e os
outros, de repente, ficam quietos, então não merecem solidariedade.
Solidariedade com o Diógenes, por exemplo, que está lá, agora, no Ministério
das Cidades...
De repente, vejo
aquele movimento todo aqui contra o aumento de passagens, mas eu não via esse
movimento antes. Antes estavam solidários aos aumentos, agora, não? Nós somos
solidários a todas as pessoas que realmente sofrem, mas eu não sou solidário a
golpes políticos, a oportunismos, porque, se assim o fizer, estarei realmente
fazendo uma concessão a alguns movimentos que, acredito, são nefastos para o
progresso da sociedade. Eu vou sempre ser solidário a todas as pessoas que
sofrem, mas não dessa forma unilateral; vamos reescrever esses Requerimentos e
vamos ser solidários, Ver. Nereu D’Ávila, a todas as pessoas que sofrem por
causa desse Movimento dos Sem Terra, dos dois lados, aos assassinados dos dois
lados, às vítimas dos dois lados. Nós somos solidários, com certeza absoluta,
mas acredito que temos de estabelecer uma certa igualdade e até uma certa
honestidade com relação aos documentos que são encaminhados aqui nesta Casa.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Comassetto está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 055/05.
O SR. COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas, Vereadores e
Vereadoras desta Casa, prezado público que nos assiste, esta Moção construída
na nossa Comissão, na CUTHAB, foi assinada por todos. Os Vereadores que a
compõe têm um sentido expressivo, há um sentido de discutirmos aqui, sim, as
políticas de regularização fundiária que são estabelecidas nas cidades
brasileiras, e fazermos, também, um comparativo com a postura que tem Porto
Alegre frente aos casos de habitação, urbanização e de regularização fundiária.
Nós podemos nos
orgulhar, Ver. Luiz Braz, porque esses casos não acontecem numa cidade como
Porto Alegre, que tem política e trata a questão da habitação como uma questão
social, e não como um crime relacionado ao poder da terra. Portanto, temos de
ter a clareza de que a nossa Bancada e a Comissão - a CUTHAB assinou esta Moção
de solidariedade aos familiares das pessoas assassinadas, indivíduos que
buscavam um pedaço de terra - não fizeram uma Moção que defende alguns porque
foram mortos e protege outros porque matam. Nós não podemos nesta tribuna e
nesta Casa fazer qualquer apologia ou qualquer defesa de qualquer tipo de
assassinato, seja qual for a origem. Nós temos de ter a clareza humanitária, a
postura da construção da cidadania, do cidadão, com os espaços de seus direitos
constituídos.
Neste momento, em
nível nacional, foi constituído um Ministério das Cidades, e há políticas que
estão sendo construídas, políticas para reorientar a questão habitacional em
nível nacional, que ainda está muito longe daquilo que nós todos, aqui nesta
Casa, defendemos, mas que é um passo e destina recursos. Já o Governador de
Goiás, do PSDB, encaminha a sua Polícia para fazer uma desocupação à força,
matando pessoas, agredindo crianças, deixando doze mil pessoas no olho da rua.
Nós recebemos, nesta
semana, aqui nesta Casa, os moradores da Atilio Supertti para um novo
assentamento na Av. Edgar Pires de Castro, depois de um amplo debate feito
nesta Casa, feito dentro do Executivo Municipal. Nós recebemos, na semana
passada, na CUTHAB e nos demais gabinetes, o pessoal de Santo Antonio e da
Colina - oitocentas famílias com ação de despejo. Todos esses temas são
tratados democraticamente sob a luz de encontrar uma solução, Ver. João Dib,
pacífica, harmônica, humanitária, que responda à qualificação da Cidade e da
cidadania. É isso que nós estamos discutindo aqui! É isso que nós temos de
discutir, é construir uma sociedade justa, igualitária, humanitária.
Mas temos de apontar,
sim, aqueles governantes que, em situações extremas, apontam e deliberam
politicamente para uma orientação que leva ao assassinato de pessoas inocentes,
de pessoas que estão em busca de um espaço para afirmar a sua cidadania! É isso
que está em discussão! É isso que nós temos que discutir, mesmo sendo um
episódio acontecido lá em Goiânia, porque esta Câmara, esta Cidade têm-se
comportado numa postura de construir a cidadania, trazendo para a discussão
todos os segmentos. E esta é a postura da CUTHAB. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): Em votação o Requerimento nº
055/05. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB (Requerimento): Solicito verificação
de votação do Requerimento nº 055/05.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): (Após a apuração nominal.)
Proclamo que, com 11 votos SIM e 02 ABSTENÇÕES, não
atingimos o quórum necessário. Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 17h51min.)
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